BAII pode desempenhar a função complementar dos bancos multilaterais

 18.03.2015-Por Shi Jianxun
“O Bretton Woods da China”, disse ontem (17) o jornal britânico Financial Times, em torno de uma eventual participação da Alemanha, França e Itália no Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (BAII), uma instituição financeira criada pela China.
A iniciativa da criação do BAII foi proposta pelo presidente chinês, Xi Jinping, durante a visita ao sudeste asiático em outubro de 2013, com o objetivo de auxiliar a construção de infraestrutura dos países da região asiática do Pacífico e promover a integração econômica da região, além de elevar a eficiência da utilização dos capitais da Áia e a contribuição para o desenvolvimento regional.

Perante o abrandamento da economia mundial, a criação do BAII pode promover as interligações e reforçar a auto-desenvolvimento da região, além de dar força-motriz duradouro para o crescimento econômico de modo a estimular a recuperação da economia mundial.
O BAII vai desempenhar um papel complementar em relação aos atuais bancos multilaterais de desenvolvimento, ao invés de competir com eles. Por um lado, pode continuar a promover a reforma do FMI e do Banco Mundial, por outro lado, pode completar a função de investimento e de assistência financeira do Banco Mundial e Banco Asiático de Desenvolvimento (BAD) e na região asiático do Pacífico.
Entre 2010 e 2020, a construção infraestrutural da região deve necessitar de um investimento de 8 trilhões de dólares, muito mais do que 10 bilhões de dólares, o valor que pode emprestar o BAD. A criação do BAII vai encher essa enorme lacuna e reduzir a saída dos capitais da Ásia, bem como investir no “crescimento e vitalidade” da região.
O BAII também precisa da participação de outros países. Uma eventual adesão do Reino Unido, França, Alemanha e Itália a este banco pode trazer mais capitais e a avançada experiência da gerência de bancos internacionais, além de melhorar a estrutura administrativa e a imagem do BAII, de forma a introduzir mais vigor ao futuro desenvolvimento inclusivo do banco.
O Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura está patente a todos os países, porém, essa iniciativa tem provocado o descontentamento dos Estados Unidos, que adotaram medidas para tentar impedir a participação dos seus aliados.
Nos últimos anos, os EUA vêm apelando à China a exercer a liderança correspondente ao seu poder, para fornecer mais recursos ao desenvolvimento global. No entanto, quando a China propôs a criação do BAII a fim de dar maior contributos à Ásia e ao mundo, os EUA tentam desfazer essa iniciativa.
A criação da BAII é um resultado da tendência de multipolarização econômica e da democratização da governança da política e economia internacional. Ao invés de impedir a instituição, os EUA poderiam participar ativamente neste banco e compartilhar a sua experiência na operação dos bancos internacionais, para dar contributos a elevar a eficiência do BAII.
*Shi Jianxun, professor da Faculdade de Economia e Gestão da Universidade Tongji 
(Editor:Renato Lu,editor)

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