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Dilma é citada por procurador-geral, mas não será investigada


EFE | BRASÍLIA
A presidente Dilma Rousseff foi uma das dezenas de políticos citados entre os possíveis beneficiados da rede de corrupção na Petrobras, mas não será alvo de inquéritos porque o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, alegou não ter competência para investigar a governante.
A inclusão de Dilma entre os mencionados pelos membros da rede corrupção que colaboraram com a investigação em troca de redução de penas vazou com a divulgação dos documentos apresentados por Janot perante o Supremo Tribunal Federal (STF) para solicitar a abertura de inquéritos contra os supostos beneficiados do esquema.
Mesmo citada em delações premiadas, a presidente Dilma Rousseff não será investigada. EFE/Arquivo
Mesmo citada em delações premiadas, a presidente Dilma Rousseff não será investigada. EFE/Arquivo
A pedido da Procuradoria Geral da República (PGR), o magistrado Teori Zavascki, que será o relator dos processos no STF, autorizou ontem à noite a abertura de investigações contra 50 pessoas, entre elas 12 senadores, 22 deputados e 12 ex-deputados.
Entre os incluídos na lista estão os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha; o ex-presidente e senador Fernando Collor; e quatro ex-ministros de Dilma: os senadores Edson Lobão (Minas e Energia) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil); o ex-deputado Mario Negromonte (Cidades) e Antonio Palocci (Casa Civil).

Em uma das 21 investigações solicitadas, Dilma é citada como beneficiada indireta da rede de corrupção, mas Janot alega que não tem competência para investigá-la.
Em sua argumentação, que foi integralmente aceita por Zavascki, o procurador-geral alegou que o chefe de Estado só pode ser investigado por atos praticados no exercício da presidência e que as irregularidades nas quais foi citada supostamente ocorreram antes que fosse eleita para seu primeiro mandato, em 2010.
O procurador-geral, no entanto, solicitou que se investigue o ex-ministro Antonio Palocci, que foi coordenador da campanha eleitoral de Dilma em 2010, o que foi acatado pelo juiz.
Segundo a documentação apresentada pela PGR, Dilma foi citada na delação premiada do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa.
O ex-dirigente da companhia petrolífera assegurou que um dos políticos que lhe solicitou parte dos recursos desviados da Petrobras foi Palocci, que, em sua qualidade de coordenador da campanha eleitoral de Dilma, pediu R$ 2 milhões para financiar despesas da campanha.
Costa afirmou que ordenou ao doleiro Alberto Yousseff, responsável pela distribuição dos recursos desviados, que lhe entregasse o dinheiro solicitado por Palocci.
No entanto, Yousseff, outro dos que colabora com a investigação em troca da redução de pena, afirmou nunca ter entregado dinheiro ao ex-ministro.
Janot alega que, apesar do desmentido de Yousseff, a suposta doação à campanha eleitoral de Dilma tem que ser verificada, motivo pelo qual solicitou a abertura de uma investigação, mas apenas contra Palocci.
O senador e ex-candidato à presidência Aécio Neves também foi citado, mas terá a investigação arquivada por falta de provas.
Segundo a PGR, em seu depoimento, Yousseff assegurou que o falecido ex-deputado José Janene lhe disse que parte dos recursos desviados de uma estatal tinha favorecido Aécio.
"As acusações de Alberto Yousseff (contra Aécio) são muito vagas e, sobretudo, baseadas em comentários que diz ter escutado de terceiros", argumentou Janot ao solicitar o arquivamento do inquérito contra o ex-candidato presidencial.

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