Tsipras: “A Grécia já não aceita ordens de ninguém”

Num discurso depois da cerimónia de tomada de posse do Parlamento, o primeiro-ministro afirma que “a Grécia deixou de ser o parceiro miserável que recebe as lições para fazer os trabalhos de casa”. Em Berlim, Schauble e Varoufakis mantiveram-se em posições opostas. Houve três juramentos no Parlamento, dois religiosos e um civil.

5 de Fevereiro, 2015 - 20:22h


Alexis Tsipras: “A Grécia não pode ser chantageada". Foto de left.gr
Alexis Tsipras: “A Grécia não pode ser chantageada". Foto de left.gr
“A Grécia já não aceita ordens de ninguém”, disse o primeiro-ministro Alexis Tsipras no discurso diante da primeira sessão do Parlamento grego renovado. “A Grécia deixou de ser o parceiro miserável que recebe as lições para fazer os trabalhos de casa. Não pode ser chantageada. A Grécia tem a sua voz própria”. E prosseguiu: “A Grécia não pode ser chantageada porque a democracia na Europa não pode ser chantageada”, numa referência evidente às novas pressões do Banco Central Europeu e do governo da Alemanha.
Três juramentos diferentes

O discurso do líder do Syriza ocorreu depois da cerimónia da tomada de posse dos novos deputados. A pedido do Syriza, houve três juramentos diferentes: a cerimónia religiosa Ortodoxa, com a presença na sala de vários bispos e do arcebispo Ieronimus; em seguida, um deputado fez o juramento muçulmano; finalmente, seguiu-se o juramento civil, em que os deputados juraram pela Constituição e a sua consciência.
Nenhum acordo entre Varoufakis e Schauble
Entretanto, em Berlim, a reunião entre os dois ministros das Finanças, grego e alemão, terminou sem qualquer acordo. Na conferência de imprensa, no final da reunião, Schauble resumiu: “O nosso único acordo foi concordar em discordar". Ao que Varoufakis respondeu que nem isso fora acordado.
Varoufakis apresentou uma última proposta, rejeitada pelo homólogo alemão, de um programa-ponte, ou transitório, que permita dar tempo à Grécia antes de chegar a um acordo definitivo sobre a solução para sair da crise, porque “o atual programa tem uma filosofia errada que faz com que a dívida seja insustentável".
Mas Schauble disse que a Grécia deve continuar a negociar com a troika: "Isso faz parte do que foi acordado para os programas de assistência". Varoufakis já assumiu que a Grécia não se reúne com a troika. 

ESQUERDA.NET

Comentários