Prevê-se avanço da ultradireita em eleições departamentais francesas

Imagen activaParis, 24 fev (Prensa Latina)

O alto nível de abstenção e o fortalecimento da ultradireitista Frente Nacional (FN) são vistos hoje como elementos que poderiam resultar das próximas eleições departamentais na França, segundo algumas pesquisas.
Uma das pesquisas mais recentes, realizada pelo Instituto Francês de Opinião Pública para meios locais de imprensa, indica que o FN é o primeiro partido em intenções de voto, com 30 por cento no primeiro turno.

Com 28 por cento, é seguido pela aliança da conservadora União por um Movimento Popular (UMP), de Nicolás Sarkozy, com a União de Democratas e Independentes. O governamental Partido Socialista (PS) localiza-se na terceira posição com 20 por cento de intenção de votos.


Os ecologistas e a Frente de Esquerda (coalizão entre o Partido Comunista Francês e o Partido de Esquerda) continuam nos postos seguintes em eleições em que se calcula que 57 por cento dos eleitores preveem se abster.

Em um contexto de crescentes problemas econômicos e de divisões, inclusive no seio do PS, especialistas opinam que a direita é a mais beneficiada. O mais inquietante é o fato de que os analistas não se referem só à direita tradicional principalmente aglutinada em torno da UMP.

Advertem que a ultradireita mais atrasada, encarnada pela FN, liderada por Marine Le Pen, tem subido posições, o que torna mais complexo o cenário para as eleições departamentais de março e as regionais do final deste ano.

Em março de 2014, no momento das eleições municipais, o PS sofreu um severo revés e perdeu a administração em 155 cidades, passando ao segundo lugar atrás da UMP.

Poucos meses depois, em setembro, as eleições parciais do Senado constituíram outro revés para o presidente Hollande, que perdeu a maioria na câmara alta do Parlamento, o que torna mais difícil seu gerenciamento ainda quando na nação gala a última palavra em matéria legislativa a tem a Assembleia.

Neste país europeu se celebrarão eleições departamentais de dois turnos, a 22 e 29 de março próximos, nas quais se elegerão para um mandato de seis anos os novos conselhos da centena de departamentos existentes.

Especialistas reforçam que será a concretização da primeira parte da reforma da estrutura territorial da França, que culminará em dezembro com as eleições para as regiões, cujo número se reduziu de 22 a 13.

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Modificado el ( martes, 24 de febrero de 2015 )

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