Para Dilma, Moody's rebaixou Petrobras por falta de conhecimento
EFE | SÃO PAULO
A presidente Dilma Rousseff acusou nesta quarta-feira a agência qualificadora financeira Moody's de "falta de conhecimento" sobre a Petrobras, depois de a nota de risco de seus títulos terem sido rebaixadas abaixo do grau de investimento.
"É uma falta de conhecimento do que está acontecendo na Petrobras. Agora, não tenho dúvida de que é uma empresa com grande capacidade de se recuperar disso, sem grandes consequências", afirmou Dilma durante entrega de 920 imóveis do programa Minha Casa Minha Vida em Feira de Santana, na Bahia.
Para a presidente Dilma, agência Moody's rebaixou Petrobras por falta de conhecimento. EFE/Fernando Bizerra Jr.
A Moody's rebaixou na terça-feira a Petrobras em dois graus e qualificou seus títulos como de "grau especulativo", uma das consequências da investigação que descobriu um escândalo de corrupção na companhia petrolífera estatal, de capital aberto.
As ações da Petrobras iniciaram o dia na bolsa de São Paulo com uma queda de mais de 7% e ano meio da sessão lideravam as perdas do Ibovespa com -6,9% para as preferenciais e 6,47% para as ordinárias, as com direito a voto.
Em diálogo com jornalistas em Feira de Santana, a presidente disse não prever um risco de "contaminação" na nota soberana do Brasil depois do rebaixamento da Petrobras.
"O governo sempre vai tentar evitar o rebaixamento, isso é absolutamente natural, lamentamos que não tenha tido correspondência por parte da agência, mas acho que isso está superado".
A Moody's rebaixou a nota da estatal para Ba2, um nível considerado especulativo, o que indica que investir na Petrobras passa a ser uma operação de risco.
A agência é a primeira das três grandes qualificadoras de risco que coloca a Petrobras no nível popularmente conhecido como "bônus lixo", o que pode levar muitos fundos de investimento conservadores a se desfazerem das ações da empresa.
A Moody's argumentou que sua decisão "reflete uma preocupação contínua pelas potenciais pressões de muito curto prazo que a companhia petrolífera pode sofrer em sua liquidez", segundo um comunicado.
E afirmou que não espera melhorias na redução do nível de endividamento da empresa no médio prazo e também questionou que as investigações podem causar "distrações" que podem minguar seus esforços para melhorar seu nível operacional.
A Petrobras é a maior empresa do país e responsável por 12% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
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