Mídia lança suspeição sobre o ócio criativo de Cardozo

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A política e o jornalismo brasileiros estão como o diabo gosta: se cobrir vira circo, se cercar vira hospício.
 
Em determinado momento, a mídia centra fogo no Ministro José Eduardo Cardozo. A única crítica justa a ele seria acusá-lo de omissão em relação às suas responsabilidades. 
 
Mas os repórteres saem com a missão impossível de identificar ações  de Cardozo em defesa do governo na Lava Jato.
 
Toca então buscar indícios de que Cardozo fez algo.
 
A primeira denúncia é que teria recebido advogados de empreiteiras envolvidas com a Lava Jato.
 
Cai a ficha que é denúncia ridícula. O simples fato de receber advogados não significa nada, principalmente quando a resultante dos encontros é nada. E é mais ridículo ainda quando se descobre que o trabalho operoso dos repórteres consistiu em consultar a agenda oficial do Ministro. Quem é quem vai colocar encontros suspeitos na agenda oficial.
 
Toca então trabalhar o oposto: os encontros fora da agenda. Pesquisam a agenda e descobrem que não houve agenda oficial em 80 dias. A manchete está assegurada.
 
Se investigassem a fundo, constatariam que não havia agenda simplesmente porque o Ministro provavelmente não foi ao Ministério naqueles dias. Cardozo é um intelectual em estado puro, amante dos estudos e da boa conversa. Os 80 dias sem agenda provavelmente foram 80 dias aproveitados do chamado ócio criativo, essencial para as mentes criativas.
 
Não é por outra razão que os auxiliares adoram Cardozo, suas conversas, xistes, mas admitem que processos costumam parar em sua gaveta, compromissos públicos são cancelados devido ao espírito criativo do Ministro, resistente às rotinas burocráticas.
 
Vá explicar para a mídia as virtudes de se fugir das rotinas diárias...

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