Lula: “O critério da mídia é criminalizar o PT"

Na festa de comemoração dos 35 anos da fundação do Partido dos Trabalhadores, realizada nesta sexta-feira (6) em Belo Horizonte, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez seu discurso relatando a história do partido que nasceu em 1980, mas fez questão de relatar sobre os ataques que o PT vem sofrendo nos últimos tempos. Para ele, o desafio do partido nos próximos meses é desmontar a tentativa de “criminalização” arbitrada contra o PT por parte da imprensa.


Foto: Ricardo Stuckert / Instituto Lula
 “O critério da mídia é a criminalização do PT desde que chegamos ao poder. Não importa se é verdade ou mentira”, disse o ex-presidente. “O critério da mídia é a criminalização do PT desde que chegamos ao poder. Não importa se é verdade ou mentira”, disse o ex-presidente.
“O critério da mídia é a criminalização do PT desde que chegamos ao poder. Não importa se é verdade ou mentira”, disse o ex-presidente ao citar a ação massiva da mídia para desgastar o governo da presidenta Dilma Rousseff.

Lula fez ainda um relato sobre a história do partido, lembrou a luta pela democracia e enfrentamento da repressão sobre os trabalhadores que culminou na criação do PT.
O ex-presidente recordou ainda as palavras do manifesto escrito na fundação do PT e afirmou que a ideia de reforma política já estava presente no documento original de fundação da legenda. 



"Nós precisamos acabar com o financiamento privado de campanhas. É nesse ambiente que algumas pessoas cometem desvios e enfraquecem a nossa história e nosso partido. Não é inédito, aconteceu no mundo, mas esse processo está chegando ao limite no nosso partido. Não esqueçamos que o PT nasceu para ser diferente."

Em tom de conselho à presidenta Dilma, Lula chamou de “tomada de decisões difíceis”, para corrigir os muitos problemas herdados e garantir os avanços, lembrando que o mesmo aconteceu em 2003, quando ele assumiu o governo. “Mas jamais traímos o compromisso com as camadas mais pobres da população”, alertou.

De volta à base
Para o ex-presidente, o PT não pode esquecer suas origens e se tornar um partido de gabinete. “Há muito mais preocupação em vencer as eleições, em manter e reproduzir mandatos que em participar da vida interna do nosso partido”, apontou.

“Precisamos fazer uma reflexão para manter nossa sintonia histórica com os anseios da sociedade brasileira”.

Lula ainda ressaltou que a política do partido no governo foi de dinamização do mercado interno
e do combate à pobreza. "O PT introduziu uma nova forma de governar, com a participação direta da população nas decisões, por meio do Orçamento Participativo e dos Conselhos para discussão de políticas públicas. Participou também de movimentos sociais de rua, pela redemocratização do país, apresentamos na Constituinte as propostas mais avançadas", lembrou.

A cerimônia em comemoração aos 35 anos do PT contou com a presença de mais de mil e duzentos militantes. Na mesa, a presença da presidenta Dilma Rousseff e do convidado de honra, José Mujica (ex-presidente do Uruguai), Tião Viana (governador do AC), Wellington Dias (governador PI), Camilo Santana (Governador CE), Fernando Pimentel (governador de MG), Rui Falcão (presidente do PT Nacional) e Rui Costa (governador BA) participaram do evento. O presidente da Fundação Perseu Abramo, Marcio Pochmann, Vagner Freitas (presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores - CUT), Alexandre Conceição (MST), Sibá Machado (líder do PT na Câmara), Cida de Jesus (presidenta do PT em Minas Gerais), fizeram parte da mesa. Presentes ainda no ato, o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, além de ministros, governadores, deputados e lideranças locais.

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Com agências

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