Graça caiu ou não? Caiu, mesmo se continuar lá, entende?

Autor: Fernando Brito
gracacai
Não sei, nem ninguém sabe exatamente neste instante, se Graça Foster foi afastada da presidência da Petrobras,  como anuncia a Folha e desmente o Palácio do Planalto.
Aliás, pela tibieza e duplo sentido do desmentido (negar que Dilma tivesse comunicado Graça disso e não usar nem twitter nem Facebook), parece ser verdade.

Tenha ou não ocorrido a demissão de fato, ela tornou-se politicamente inevitável e, se aconteceu, se dá nas piores condições políticas possíveis.
Primeiro, porque surge como uma “prova” da incapacidade de Graça Foster em gerir a Petrobras, o que não corresponde à verdade.
Disso ela é capaz e muito bem, como profissional competente e honesta, sobre quem não pesa qualquer acusação de irregularidade.
O que se discute não é isso.
É o que se tornou evidente – e a própria Graça  foi a primeira admiti-lo – que ela não reúne condições para lidera-la politicamente, como a empresa precisa, neste momento.
Como tornou-se obvio que a empresa precisa de alguém que tenha, talvez, pouca ideia de como se formam os hidrocarbonetos, mas que compreenda, de um lado, como parar a auto-exposição que a empresa faz de si mesma – com absurdos como o de mandar “calcular” com critérios sem pé nem cabeça o que teriam sido suas perdas com a atuação da quadrilha de Paulo Roberto Costa.
E que, junto com a água suja, não arremesse fora fora a criança que toma o banho.
Se a escolha do novo presidente recair sobre Henrique Meirelles, é claro que Lula terá sido o avalista da escolha.
Tudo, por enquanto, é especulação.
Exceto o fato de que Graça está – até injustamente, apesar dos erros políticos que comete – sendo sangrada irreversivelmente.
E, com ela, a própria empresa.

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