Cardozo: Ministro da Dilma ou amigo da “Veja”?

Autor: Fernando Brito
cardosoveja
Reproduzo o post de Breno Altman sobre o gesto de José Eduardo Cardozo, ocupante da cadeira do Ministério da Justiça (evito, assim, o desconforto de chamá-lo de Ministro da Justiça, função elevada demais para alguém tão pequeno) de ir submeter-se ao interrogatório da Veja.

Não é possível que alguém, nas suas funções, submeta-se ao papel de gaguejar e salvaguardar a si mesmo em meio a um processo claríssimo de tentativa de ruptura da ordem democrática, do qual Veja é uma das pontas de lança.
Não é responder às perguntas de um jornalista da Veja, em meio a uma coletiva. É conceder-lhe um tratamento especial para que, tatibitati, o senhor Cardozo possa salvaguardar a si mesmo, enquanto tergiversa em relação ao seu governo e ao seu partido.
Nem sequer menciona o golpismo reinante na mídia, com certeza para não desagradar a revista que acusou, é bom relembrar, Dilma e Lula de participarem, diretamente, dos desvios da Petrobras.
A “batalha da comunicação”, pedida por Dilma, começa mal, muito mal.

Ministro da Justiça não
economiza subserviência

Breno Altman
O ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, deu entrevista à TV Veja.
Pouco importa o conteúdo do que disse, pois relevante é a simbologia do fato.
Como é possível, a essa altura do campeonato, sem ferir a credibilidade do PT e do governo, um de seus principais integrantes ser cordial e afável com a revista que trata Dilma, Lula e outros dirigentes petistas como bandidos?
Como é possível a presidente decidir cancelar qualquer publicidade em Veja por seu caráter golpista, mas Cardozo conceder uma longa e sorridente entrevista?
Como é possível que o ministro se cale diante das arbitrariedades cometidas por setores da Polícia Federal para incriminar o seu partido, mas resolva prestigiar o veículo que mais convoca o atropelo da ordem constitucional?
Como é possível que a presidente convoque seus ministros para a batalha da comunicação e a atitude de Cardozo seja correr para os braços de uma revista criminosa?
Como é possível acreditar em qualquer compromisso do governo com a regulamentação dos meios de comunicação se o ministro da Justiça não perde a chance de se curvar diante dos monopólios?
Como é possível que Cardozo, cotado para o STF, vá apresentar credenciais para quem faz da pressão midiática sobre a corte seu instrumento de guerra contra a democracia e os direitos constitucionais?
Como é possível Cardozo ainda ser ministro da Justiça, se a única coisa que faz é cuidar de salvar a própria pele, bajulando os setores mais reacionários do país?
São perguntas que não podem calar.

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