Pútin chama Exército ucraniano de “legião da Otan”

O presidente russo, Vladímir Pútin, acusou o Exército ucraniano de ser uma “legião estrangeira da Otan, que não tem como objetivo a defesa dos interesses nacionais da Ucrânia”.


Vladimir Putin, presidente russoVladimir Putin, presidente russo
Segundo Pútin, por trás do grupo há outro objetivo geopolítico: conter a Rússia, “o que não corresponde com os interesses do povo ucraniano”, acrescentou o presidente.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, rebateu as acusações feitas por Pútin afirmando que as declarações do líder russo não fazem sentido.

“A declaração de que existe uma legião estrangeira na Ucrânia não faz sentido algum. Não há legião da Otan, as forças estrangeiras na Ucrânia são russas”, disse Stoltenberg, após uma reunião extraordinária sobre a situação na Ucrânia.

Dependência do Ocidente



De acordo com analistas políticos russos, a declaração de Pútin quis destacar a dependência de Kiev em relação ao Ocidente.

“É evidente que as Forças Armadas da Ucrânia não são uma estrutura da Otan, mas Pútin quis dizer que o regime ucraniano não atua por sua própria iniciativa”, disse o vice-presidente do Instituto de Estratégia Nacional, Víktor Militariov.

O líder russo teria, segundo Militariov, se expressado de forma ríspida para alcançar um objetivo definido. “Ao sublinhar a dependência das autoridades em Kiev, ele exorta Washington a participar das negociações diretas sobre a crise na Ucrânia.”

O presidente do Conselho de Estratégia Nacional, Ióssif Dískin, concorda com Militariov, mas acredita que o destinatário da declaração não é Washington, mas sim Bruxelas.

“É um sinal para a União Europeia, que, segundo Pútin, deve pensar sobre seus próprios interesses, que não são baseados na solidariedade atlântica”, sugere Dískin.

Segundo o especialista militar e editor-chefe do jornal oposicionista “Iejednévni Jurnal”, Aleksander Golts, ao fazer tal pronunciamento, Pútin involuntariamente “reflete sua irritação pela impossibilidade de congelar o conflito no formato de Normandia, e, assim, garantir que a Ucrânia não se tornará parte da Otan”.


Fonte: Gazeta Russa - no vermelho.org.br

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