EUA engajados em programa massivo de espionagem de carros
O Departamento Anti-Drogas (DEA) opera uma base de dados do governo massiva e secreta que rastreia o movimento dos motoristas nos Estados Unidos.
Andrea Germanos, Common Dreams
A Administração de Aplicação da Lei Anti-Drogas (DEA) opera uma base de dados do governo massiva e secreta que rastreia o movimento dos motoristas pelo país, revelam documentos.
Os documentos, obtidos pela ACLU, União das Liberdades Civis Americanas, pelo Ato de Liberdade de Informação, lançam nova luz sobre o âmbito de vigilância do governo e levanta preocupações de privacidade significantes, diz a organização.
Em questão está o programa nacional de leitura de placas da DEA, o qual começou visando veículos nos estados ao longo da fronteira com o México, supostamente para combater o tráfico de drogas.
O Wall Street Journal reportou na segunda-feira:
O programa da DEA coleta dados sobre movimentos dos veículos, incluindo tempo, direção e localização, com câmeras high-tech posicionadas estrategicamente nas maiores rodovias. Muitos aparelhos também gravam imagens visuais de passageiros e motoristas, as quais às vezes estão claras o suficiente para os investigadores confirmarem identidades, de acordo com documentos da DEA e de pessoas familiarizadas com o programa.
Os documentos recém obtidos revelam a expansão dessa iniciativa, com informação sendo fornecida peara a base de dados por agencias de aplicação da lei federais, estaduais e locais, e outras agencias tendo a permissão de consultar a base de dados, porém esses compartilhamentos entre agencias são secretos.
Por exemplo, existe um acordo compartilhado entre a DEA e a Patrulha de Fronteiras e Alfândega (CBP), relata a ACLU, tal que as agências fornecem uma a outra os dados de leitura de suas placas e também podem compartilhar os dados das outras com “inteligência, operações e centros de fusão.”
Um documento não datado obtido pela ACLU mostrou que há ao menos 100 leitores de placas ao redor do país.
Os arquivos fornecidos à ACLU pela DEA são “não datados ou antigos”, escreve Bennett Stein do Projeto de Discurso, Privacidade e Tecnologia da ACLU e Jay Stanley, Analista de políticas sênior do projeto. Ainda assim, “oferecem documentação que este programa é uma iniciativa grande da DEA que tem o potencial de rastrear nossos movimentos ao redor do país. Com sua jurisdição e finanças, o governo federal é posicionado a criar um depósito central de todos os movimentos dos motoristas ao redor do país – e parece que a DEA está se movimentando justamente para isso.”
Senador Patrick Leahy, democrata senior no Comitê Judiciário do Senado, disse ao Journal, “o fato de que essa tecnologia intrusa esta sendo potencialmente usada para expandir o alcance dos esforços de confisco do governo é de maior preocupação.”
Stanley da ACLU disse ao Guardian, “Essa história elucida ainda outra forma que as agencias de segurança do governo estão procurando para amplificar silenciosamente seus poderes usando novas tecnologias.”
“Sobre esse e muitas outras questões de vigilância, podemos agir, botar no lugar alguns limites de senso comum ou relaxar e deixar que nossa sociedade se transforme em um lugar que não reconheceremos – ou gostaremos,” ele disse.
Tradução: Isabela Palhares
A Administração de Aplicação da Lei Anti-Drogas (DEA) opera uma base de dados do governo massiva e secreta que rastreia o movimento dos motoristas pelo país, revelam documentos.
Os documentos, obtidos pela ACLU, União das Liberdades Civis Americanas, pelo Ato de Liberdade de Informação, lançam nova luz sobre o âmbito de vigilância do governo e levanta preocupações de privacidade significantes, diz a organização.
Em questão está o programa nacional de leitura de placas da DEA, o qual começou visando veículos nos estados ao longo da fronteira com o México, supostamente para combater o tráfico de drogas.
O Wall Street Journal reportou na segunda-feira:
O programa da DEA coleta dados sobre movimentos dos veículos, incluindo tempo, direção e localização, com câmeras high-tech posicionadas estrategicamente nas maiores rodovias. Muitos aparelhos também gravam imagens visuais de passageiros e motoristas, as quais às vezes estão claras o suficiente para os investigadores confirmarem identidades, de acordo com documentos da DEA e de pessoas familiarizadas com o programa.
Os documentos recém obtidos revelam a expansão dessa iniciativa, com informação sendo fornecida peara a base de dados por agencias de aplicação da lei federais, estaduais e locais, e outras agencias tendo a permissão de consultar a base de dados, porém esses compartilhamentos entre agencias são secretos.
Por exemplo, existe um acordo compartilhado entre a DEA e a Patrulha de Fronteiras e Alfândega (CBP), relata a ACLU, tal que as agências fornecem uma a outra os dados de leitura de suas placas e também podem compartilhar os dados das outras com “inteligência, operações e centros de fusão.”
Um documento não datado obtido pela ACLU mostrou que há ao menos 100 leitores de placas ao redor do país.
Os arquivos fornecidos à ACLU pela DEA são “não datados ou antigos”, escreve Bennett Stein do Projeto de Discurso, Privacidade e Tecnologia da ACLU e Jay Stanley, Analista de políticas sênior do projeto. Ainda assim, “oferecem documentação que este programa é uma iniciativa grande da DEA que tem o potencial de rastrear nossos movimentos ao redor do país. Com sua jurisdição e finanças, o governo federal é posicionado a criar um depósito central de todos os movimentos dos motoristas ao redor do país – e parece que a DEA está se movimentando justamente para isso.”
Senador Patrick Leahy, democrata senior no Comitê Judiciário do Senado, disse ao Journal, “o fato de que essa tecnologia intrusa esta sendo potencialmente usada para expandir o alcance dos esforços de confisco do governo é de maior preocupação.”
Stanley da ACLU disse ao Guardian, “Essa história elucida ainda outra forma que as agencias de segurança do governo estão procurando para amplificar silenciosamente seus poderes usando novas tecnologias.”
“Sobre esse e muitas outras questões de vigilância, podemos agir, botar no lugar alguns limites de senso comum ou relaxar e deixar que nossa sociedade se transforme em um lugar que não reconheceremos – ou gostaremos,” ele disse.
Tradução: Isabela Palhares
Na Carta Maior
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