É quase oficial: a Eurozona entrou em Depressão



Os preços no consumidor da Eurozona cairam em dezembro passado, a primeira queda desde há anos. A queda dos preços é habitualmente sinónimo de depressão económica. O Economista Português tem acompanhado a falange dos que anunciam a inevitabilidade da depressão na Eurozona, devido à estupidez da política monetária de Bruxelas-Berlim.

A aceleração da queda dos preços em dezembro resulta sobretudo dos preços da energia; os dos bens industriais mantiveram-se estáveis e os dos serviços, graças ao poder dos lobis alemães e franceses, subiram um pouco. Apesar desta reserva, mesmo sem a aceleração ocorrida em dezembro, a tendência é para a queda dos preços. A regressão linear dos dados constantes da tabela, exceto os de dezembro, dá que em junho entraríamos em deflação.Por isso, é sensato supor que já estamos em depressão. Doença de que a economia demora anos a sair: como na depressão supomos que os preços continuarão a descer, diferimos as compras, esperando que eles desçam mais; só compramos bens de primeira necessidade. Às vezes, a depressão só sai com uma guerra. Guerra que aliás é favorecida pela própria depressão.
Como o leitor sabe, a meta da Eurozona para a inflação é 2% ao ano. Mas esta meta desagrada à Alemanha (lembra-lhe os 1000% de inflação de Weimar, nos anos 1920) e por isso o Banco Central Europeia (BCE) não a tem cumprido. O seu governador, o  Sr. Draghi, que por certo já tinha um cheirinho destes dados de dezembro quando prégou o «Quantitative Easing» sexta feira passada, não tem cumprido as metas do BCE – para agradar à Alemanha. Cumpri-las-á agora? Provavelmente já é tarde.
O gráfico seguinte evidencia a década perdida da Eurozona graças ao monetarismo cego da Alemanha e da Comissão de Bruxelas. As linhas vermelhas assinalam as fantasias otimistas da Comissão bruxelina, a que ela sempre heróica chama «previsões».
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