E com Maomé, pode?

Autor: Fernando Brito
barcelona
A revista de humor Barcelona – que modestamente se intitula “uma solução europeia para os problemas dos argentinos” – publicou no final do ano passado, uma capa onde o Papa Francisco aparece maquiado, com a boca delineada por batom e de brinco.
E o título, garrafal:

¡Putazo!

Se é preciso tradução para a gíria portenha digamos que é um chamar de “gay” de forma ofensiva.
A editora da revista, Ingrid Beck, topou se entrevistada por Eduardo Feinmann, um apresentador de TV conservador e dado a grosserias  no padrão Danilo Gentilli.
O resultado é uma sessão de baixaria, porque Feinmann chama a jornalista de “mal-nascida”.
O que é, por lá, é quase um “puta”.
Beck tenta argumentar, mas acaba se ofendendo e deixa a entrevista.
Um imbecilidade mútua.
Que foi planejada pelo entrevistador e aceita pela entrevistada, que acha que “imprensa” é um salvo conduto universal, que nos dá direito a tudo, como davam as “carteiradas” de jornalistas no passado.
É uma boa advertência para os limites da atividade de jornalista, dos dois lados.
Se o leitor acho que foi ofensiva ao Papa ou se foram ofensivos a Ingrid, porque é aceitável ser ofensivo aos islâmicos?
Não gozamos de imunidade para fazer “gracinhas” ofensivas a pessoas ou a símbolos religiosos.
Se o fazemos, estamos sujeitos à receber, na mesma moeda.
E reduzimos o nosso papel a uma briga de botequim.
Abaixo, o vídeo da briga:

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