Urariano Mota: Na falta de papel higiênico, vamos exportar a Veja para Cuba
por Urariano Mota
A Veja se supera. Pode mesmo ser dito: é porca por cada edição (porcada edição).
Vejam só (acima) a capa da (capada) que está nas bancas.
Esta semana, numa feliz coincidência, na véspera do anúncio de Obama, tive uma discussão com dois velhos na fila do caixa no supermercado.
Estávamos na fila dos “especiais”, onde às vezes eu entro por motivo de pressa, depressa.
Os caras conversavam em voz alta, numa altura e tom que iam além do volume natural da fala pernambucana.
Era uma conversa de propaganda de ideias para todos os demais, fala de microfone para o público.
Era só cacete nos petralhas, na quadrilha, na roubalheira da Petrobras. Aí, no clímax, pegaram a Veja ao lado, que mostrava a última da quadrilha de Dilma.
– Já viu? – E gritavam a manchete da capa.
Então eu, no meu natural ponderado, entrei na discussão, da qual já participava pelas agressões que ouvia à cultura e política. E disse;
– A sua fonte de informação é isto aqui?
– É. Que é que tem? Ela nunca errou uma denúncia.
Ao que respondi:
– Vejam, esta revista no supermercado está no lugar errado. Ela devia estar na seção de papel higiênico.
E o velho mais exaltado:
– Falar nisso, em Cuba está em falta papel higiênico…
E eu:
– Então vamos exportar a Veja pra Cuba. Mas não sei se os cubanos têm melhor papel pra limpar a bunda.
E toda a conversa foi assim, na mais contida ponderação.
Leia também:
Comentários