Queda de André Vargas vira prenúncio de cassação em massa

Jornal GGN - Após uma longa sessão, nesta quarta-feira (10), André Vargas (expulso do PT) teve o mandato cassado pela Câmara dos Deputados. O parlamentar foi acusado de ter feito negócios com Alberto Youssef, um dos pivôs dos esquemas na Petrobras, investigado pela Operação Lava Jato. O deputado teria intermediado contratos com o doleiro e o Ministério da Saúde.

Youssef é um dos delatores do caso, que conta ainda com empresários presos e ex-dirigentes da estatal. As autoridades envolvidas na apuração sustentam que há uma lista de congressistas a ser liberada, possivelmente, até o final deste ano pelo procurador-geral da Repúblico, Rodrigo Janot.

A Folha de S. Paulo flagrou uma troca de mensagens de celular entre Vargas e Henrique Alves, presidente da Câmara. Nos textos, Vargas diz que é apenas um cisco no meio da Lava Jato, e que quando esse lista de congressistas metidos nos esquemas da Petrobras for liberada, todos irão se arrepender de ter pedido apenas a cabeça dele na Câmara.

Nos bastidores de Brasília, a cassação de Vargas é vista como uma janela para uma enxurrada de pedidos de perda de mandato em função da Lava Jato, a partir de 2015, quando começa a nova legislatura.

Vargas foi cassado após uma sessão que durou duas horas. O placar foi definido em 359 votos a favor da perda de mandato, 1 contra e 6 abstenções.