O lobo está rosnando. E o cordeiro, o que fará?

Autor: Fernando Brito
matilha
Reparem a foto que ilustra o post, tomada emprestado da Folha de ontem.
Na matéria “Com discurso agressivo, Aécio quer deixar presidente ‘no chão'”, assinada por Natuza Nery e Gabriela Guerreiro, fala-se ali, com a maior naturalidade dos planos golpistas do “general” da oposição.
Discorre sobre a estratégia de guerra sem quartel do PSDB, revelando que o tucano diz, em conversas reservadas, “ser preciso manter “acesa” a indignação de parcela do eleitorado e, assim, aprofundar o desgaste do Palácio do Planalto”.

Ou seja, seguir fomentando um clima em que a derrubada do Governo eleito sendo o objetivo político a alcançar.
Aécio está ligado, de dentes à mostra e despreocupado de esconder suas garras.
O caminho está evidente: manter o caso Lava-Jato como principal problema da vida política brasileira, distribuindo suspeitas, seja por fatos ou factóides, círculo após círculo do partido da Presidente – os demais são acessórios e desimportantes – até que ela própria possa ser atingida.
É o que juiz Sérgio Moro expôs, numa conferência proferida graças à sua súbita notoriedade,  enuncia em sua defesa de uma tal “Doutrina da Cegueira Deliberada”, segundo a qual, “suspeitos de lavagem de dinheiro (…) intencionalmente não procuram saber a origem, muitas vezes criminosas, do dinheiro (…) para poder alegar o desconhecimento como álibi, na tentativa de se livrar da acusação”.
Intenção, como é óbvio, é uma subjetividade, que depende da vontade de achar que a pessoa queria ou não algo. Não é preciso provar, apenas “achar”.
Estranho direito, esse, descrito, como já se disse aqui, por La Fontaine em sua história do lobo e do cordeiro, onde “se não foi você foi o seu pai, seu tio ou seu avô” condena o indefeso bichinho a ser devorado.
Como é obvio, inútil discutir as razões do lobo, porque são apenas subterfúgios para sua fome.
Mais importante é pensar na atitude do cordeiro se este, de forma tola e pretensiosa, acha que vai conseguir escapar das presas do lobo apelando ao resto da alcatéia, que não lhe mostra os dentes. Ainda.
Se o cordeiro esquece que suas defesas são o próprio rebanho e o pastor, que com seu cajado é quem pode impor algum temor ao lobo faminto, não é preciso muito para que se tenha um desfecho como o da fábula.
Desculpem se um velho brizolista tem a mania de contar histórias.
É que não quer revivê-las, como há 50 anos

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