Nonagenário acusado de crimes em Auschwitz irá a julgamento

Tribunal Regional de Lüneburg, na Alemanha, confirma julgamento de réu de 93 anos. Ele trabalhou como voluntário no campo de concentração durante dois meses em 1944 e sabia das execuções nas câmaras de gás.
O Tribunal Regional de Lüneburg declarou nesta terça-feira (16/12) que sua revisão do caso contra o réu Oskar G., de 93 anos, expôs provas suficientes para que ele seja levado a julgamento. A data para início do processo ainda não foi anunciada.

A promotoria pública acusa o ancião de ter trabalhado como voluntário no campo de concentração de Auschwitz por dois meses, em 1944. Ele seria o encarregado de confiscar as bagagens e o dinheiro dos prisioneiros que chegavam ao local.
Durante os 60 dias, estima-se que 137 trens tenham desembarcado em Auschwitz, trazendo 425 mil pessoas, a maioria da Hungria. Pelo menos 300 mil foram assassinadas imediatamente.
"O acusado sabia que, como parte do processo de seleção, quem não era escolhido para trabalhar e ouvia que iria para os chuveiros era, na verdade, encaminhado para as câmaras de gás, para ser morto de maneira dolorosa", afirmou o tribunal numa nota publicada em setembro. Segundo a corte, das 16 pessoas que se apresentaram, entre sobreviventes e familiares de vítimas, oito foram aceitas como testemunhas.
Durante o regime nazista, entre 1933 e 1945, foram mortos na Europa cerca de 6 milhões de judeus, assim como nômades de etnia rom, homossexuais, deficientes físicos e oposicionistas políticos. Passado 70 anos, porém, a maioria dos suspeitos de participação nos crimes nazistas já morreu ou não está em condições de responder a julgamento.
MSB/rtr/ap/ dpa

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