Najla Passos: Grupos fascistas não representam o povo brasileiro, alerta deputado
Para deputado, é fundamental saber distinguir o cidadão interessado em discutir os rumos do país de grupos de extrema direita aparelhados pela oposição.
Najla Passos (*)
Brasília - A julgar pelos eventos ocorridos no Congresso Nacional ao longo desta semana, a oposição e a mídia que a serve não se furtarão de se associar até mesmo a organizações criminosas de extrema direita, com inspirações fascistas e práticas violentas, para tentar desestabilizar o governo Dilma e impor a sua agenda para o país.
“É fundamental que a sociedade saiba distinguir as manifestações do cidadão comum, do povo brasileiro, dos tumultos provocados por grupos fascistas que fazem da sua militância um negócio”, afirma o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), autor da denúncia que expôs a ficha corrida dos pretensos manifestantes que, após tumultuarem a sessão no parlamento, se apresentaram à mídia como representantes do povo brasileiro.
Na noite de terça (2), acompanhados do cantor Lobão, eles desestabilizaram a sessão legislativa até o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), fosse obrigado a encerrá-la, impedindo a discussão sobre as novas metas fiscais do governo, que só consegui user aprovada na madrugada da quinta (4) e, ainda assim, com discussões que ficaram pendentes para a próxima semana.
Antes disso, agrediram verbalmente diversos parlamentares, incluindo a senadora Vanessa Graziotim (PCdoB-AM) e a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), classificadas pela claque como “vagabundas”. Para Graziotim, tratavam-se de representantes partidários da oposição que foram ao local com o objetivo de tumultuar a sessão do Congresso.
“Isso não atinge apenas uma senadora, uma mulher, uma parlamentar, mas atinge o próprio processo democrático, infelizmente. A gente não pode compactuar com esse tipo de coisa porque a luta tem que se dar nas ideias. Nós temos que ter um espaço para falar e temos que dar condições para que os outros falem”, ressaltou ela.
Na quarta (4), impedidos de entrar nas galerias pela segurança do Congresso, os manifestantes se concentraram na entrada principal, conhecida como Chapelaria, agredindo verbal e fisicamente os parlamentares da base do governo que tentam acessar o parlamento.
O líder do grupo, Marcello Reis, um dos sócios do grupo Revoltados Online, entrou com um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) reivindicando acesso às galerias enquanto representante da “comunidade”.
Também fez uma sucessão de postagens do Congresso, desde vídeos com o ídolo Lobão até selfies com o senador Aécio Neves (PSDB-MG), sempre entrecortados por publicidades que pediam depósitos para financiar algumas das causas defendidas por eles, como a extinção do PT. Em uma delas, o 45, número do PSDB, era à pistola de mesmo número, capaz de dar fim no partido rival.
De vítima à denunciante
Vítima do grupo, o deputado Paulo Pimenta acompanha o Revoltados On Line há dois anos, quando foi acusado de ser o proprietário da Boate Kiss, onde mais de 200 jovens de Santa Maria (RS) morreram vítimas de um incêndio causado por desrespeito às normas de segurança. Ainda conforme a notícia falsa do grupo, a boate era utilizada para lavar o dinheiro ilegal que abastecia os cofres do PT.
“O objetivo deles era atingir a presidenta Dilma Rousseff. E eu acabei envolvido na história por ser do município onde o fato ocorreu”, esclarece o deputado que, após o escândalo, denunciou as ações criminosas do grupo à Polícia Federal, que ainda não concluiu as investigações sobre o caso. “Eles também respondem processos por vários outros motivos, como racismo e homofobia”, destaca o deputado.
Na época, Reis ainda era sócio na página Revoltados On Line do advogado e blogueiro carioca Ricardo Gama, foi condenado a prestar serviços comunitários e a pagar R$ 22 mil à deputada Cidinha Campos (PDT-RJ), a quem havia chamado de “vagabunda” em uma outra ocasião. Por causa deste e de outros processos, Gama acabou abandonando o grupo que ajudava a gerenciar em troca de participação nos lucros.
“O Revoltados On Line opera de forma articulada com outros grupos de extrema-direita, como o ‘NasRuas’, liderado por Karla Zambelli, esposa do Marcello Reis. Muitos deles se organizaram durante os protestos de junho de 2013 e, na campanha eleitoral deste ano, especialmente no 2º turno, extremamente polarizado, encontraram o ambiente ideal para crescer”, explica Pimenta.
Conforme ele, são grupos que atuam no mundo virtual, mas também no real, promovendo de passeatas pela volta da ditadura a encontros para a “perseguição” de homossexuais. “Eu não acredito que sejam grupos ligados ao PSDB, mas que acabaram conseguindo ser financiados pela sigla no clima atual de polarização”, avalia.
Para o deputado, é possível que seja este o perfil da oposição que o governo Dilma irá enfrentar no parlamento a partir de 2015 e, por isso, é importante que todos saibam diferenciar um manifestante legítimo de organizações criminosas operadas por quem quer que seja. “Esses grupos não estão interessados em debater os problemas brasileiros, mas apenas em causar tumulto para favorecer as agendas da oposição, como foi o caso da aprovação das novas metas fiscais nesta semana”, ressalta.
Por isso, defende que é fundamental que fique claro para a população que, ao invés do que martela a oposição e a mídia que a serve, eles não cidadãos indignados em busca de espaço político para manifestar sua insatisfação com os rumos do país. “É muito importante desqualificar essa tese de que era o povo brasileiro que estava nas galerias do Congresso, porque, na verdade, se tratavam de três ou quatro grupos de extrema direita que se intitularam representantes do povo brasileira para tumultuar o processo democrático”, afirma.
Brasília - A julgar pelos eventos ocorridos no Congresso Nacional ao longo desta semana, a oposição e a mídia que a serve não se furtarão de se associar até mesmo a organizações criminosas de extrema direita, com inspirações fascistas e práticas violentas, para tentar desestabilizar o governo Dilma e impor a sua agenda para o país.
“É fundamental que a sociedade saiba distinguir as manifestações do cidadão comum, do povo brasileiro, dos tumultos provocados por grupos fascistas que fazem da sua militância um negócio”, afirma o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), autor da denúncia que expôs a ficha corrida dos pretensos manifestantes que, após tumultuarem a sessão no parlamento, se apresentaram à mídia como representantes do povo brasileiro.
Na noite de terça (2), acompanhados do cantor Lobão, eles desestabilizaram a sessão legislativa até o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), fosse obrigado a encerrá-la, impedindo a discussão sobre as novas metas fiscais do governo, que só consegui user aprovada na madrugada da quinta (4) e, ainda assim, com discussões que ficaram pendentes para a próxima semana.
Antes disso, agrediram verbalmente diversos parlamentares, incluindo a senadora Vanessa Graziotim (PCdoB-AM) e a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), classificadas pela claque como “vagabundas”. Para Graziotim, tratavam-se de representantes partidários da oposição que foram ao local com o objetivo de tumultuar a sessão do Congresso.
“Isso não atinge apenas uma senadora, uma mulher, uma parlamentar, mas atinge o próprio processo democrático, infelizmente. A gente não pode compactuar com esse tipo de coisa porque a luta tem que se dar nas ideias. Nós temos que ter um espaço para falar e temos que dar condições para que os outros falem”, ressaltou ela.
Na quarta (4), impedidos de entrar nas galerias pela segurança do Congresso, os manifestantes se concentraram na entrada principal, conhecida como Chapelaria, agredindo verbal e fisicamente os parlamentares da base do governo que tentam acessar o parlamento.
O líder do grupo, Marcello Reis, um dos sócios do grupo Revoltados Online, entrou com um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) reivindicando acesso às galerias enquanto representante da “comunidade”.
Também fez uma sucessão de postagens do Congresso, desde vídeos com o ídolo Lobão até selfies com o senador Aécio Neves (PSDB-MG), sempre entrecortados por publicidades que pediam depósitos para financiar algumas das causas defendidas por eles, como a extinção do PT. Em uma delas, o 45, número do PSDB, era à pistola de mesmo número, capaz de dar fim no partido rival.
De vítima à denunciante
Vítima do grupo, o deputado Paulo Pimenta acompanha o Revoltados On Line há dois anos, quando foi acusado de ser o proprietário da Boate Kiss, onde mais de 200 jovens de Santa Maria (RS) morreram vítimas de um incêndio causado por desrespeito às normas de segurança. Ainda conforme a notícia falsa do grupo, a boate era utilizada para lavar o dinheiro ilegal que abastecia os cofres do PT.
“O objetivo deles era atingir a presidenta Dilma Rousseff. E eu acabei envolvido na história por ser do município onde o fato ocorreu”, esclarece o deputado que, após o escândalo, denunciou as ações criminosas do grupo à Polícia Federal, que ainda não concluiu as investigações sobre o caso. “Eles também respondem processos por vários outros motivos, como racismo e homofobia”, destaca o deputado.
Na época, Reis ainda era sócio na página Revoltados On Line do advogado e blogueiro carioca Ricardo Gama, foi condenado a prestar serviços comunitários e a pagar R$ 22 mil à deputada Cidinha Campos (PDT-RJ), a quem havia chamado de “vagabunda” em uma outra ocasião. Por causa deste e de outros processos, Gama acabou abandonando o grupo que ajudava a gerenciar em troca de participação nos lucros.
“O Revoltados On Line opera de forma articulada com outros grupos de extrema-direita, como o ‘NasRuas’, liderado por Karla Zambelli, esposa do Marcello Reis. Muitos deles se organizaram durante os protestos de junho de 2013 e, na campanha eleitoral deste ano, especialmente no 2º turno, extremamente polarizado, encontraram o ambiente ideal para crescer”, explica Pimenta.
Conforme ele, são grupos que atuam no mundo virtual, mas também no real, promovendo de passeatas pela volta da ditadura a encontros para a “perseguição” de homossexuais. “Eu não acredito que sejam grupos ligados ao PSDB, mas que acabaram conseguindo ser financiados pela sigla no clima atual de polarização”, avalia.
Para o deputado, é possível que seja este o perfil da oposição que o governo Dilma irá enfrentar no parlamento a partir de 2015 e, por isso, é importante que todos saibam diferenciar um manifestante legítimo de organizações criminosas operadas por quem quer que seja. “Esses grupos não estão interessados em debater os problemas brasileiros, mas apenas em causar tumulto para favorecer as agendas da oposição, como foi o caso da aprovação das novas metas fiscais nesta semana”, ressalta.
Por isso, defende que é fundamental que fique claro para a população que, ao invés do que martela a oposição e a mídia que a serve, eles não cidadãos indignados em busca de espaço político para manifestar sua insatisfação com os rumos do país. “É muito importante desqualificar essa tese de que era o povo brasileiro que estava nas galerias do Congresso, porque, na verdade, se tratavam de três ou quatro grupos de extrema direita que se intitularam representantes do povo brasileira para tumultuar o processo democrático”, afirma.
Créditos da foto: Arquivo
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