Haddad vai inaugurar monumento às vítimas da ditadura durante festival de direitos humanos
Prefeitura de São Paulo também vai iniciar inscrição de imigrantes no Cadastro Único para acesso a programas sociais e realizar dezenas de atividades culturais
ARIANA IARA/SECOM
por Rodrigo Gomes, da RBA
ARIANA IARA/SECOM
O arquiteto Ricardo Ohtake e a maquete da obra que será inaugurada na próxima segunda-feira |
São Paulo – O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, vai inaugurar um monumento em memória aos mortos e desaparecidos na ditadura (1964-1985) na área externa do Parque do Ibirapuera (portão 10), na zona sul da capital. Projetada pelo arquiteto Ricardo Ohtake, a obra trará os nomes de todos as vítimas de que se tem conhecimento até hoje, demanda antiga dos familiares. A instalação será inaugurada na segunda-feira (8), às 14h, primeiro dia do segundo festival de direitos humanos “Cidadania nas Ruas”, organizadopela Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania.
A violência do Estado rememorada pelo monumento também será objeto de debate durante o evento para se entender as relações entre o que ocorreu no passado recente e o que se passa atualmente, com o Brasil tendo uma das polícias que mais mata no mundo. Entre 2009 e 2013, 11.197 pessoas foram mortas em ações policiais. Em São Paulo, de janeiro a junho de 2013, 269 pessoas foram mortas por PMs. Em 2014 já foram 434 ocorrências.
O debate vai ocorrer em Perus, zona noroeste da capital paulista, com a participação da representante dos familiares de mortos e desaparecidos Suzana Lisboa, da militante do Movimento Mães de Maio Débora Maria Silva, da integrante da Comissão Nacional da Verdade Maria Rita Kehl e da ativista Clara Ianni.
No mesmo dia, a partir das 9h, será iniciada a inscrição de imigrantes no Cadastro Único (CadÚnico), sistema de referência para acesso a programas e benefícios sociais da prefeitura e do governo federal. As pessoas que se enquadrarem nos critérios poderão, por exemplo, solicitar inclusão no programa Bolsa Família. O cadastramento vai até o dia 12 deste mês no Centro de Referência e Acolhida para Imigrantes, que fica na Rua Japurá, 234, Bela Vista, centro da capital.
Durante o festival também serão exibidos os curtas-metragens premiados no 7º Festival de Curtas-Metragens em Direitos Humanos – Entretodos. Haverá cinema de rua na Praça do Patriarca e em mais20 pontos distribuídos pela cidade. Os filmes são: Os irmãos Mai, de Thais Fujinaga; 10/05/2012, de Álvaro Andrade; Jairboris, de Lincoln Péricles; Rolezinhos, de Tiago Pereira; Lady Burka, de Pablo Morales de los Rios; e Uma casa, uma vida, de Raiz das Imagens.
Em outras sessões serão exibidos também os filmes A vizinhança do tigre, no Espaço Itaú de Cinema - Frei Caneca, e Branco sai. Preto fica, no portão 2 do Parque do Ibirapuera.
No dia 10 – Dia Internacional dos Direitos Humanos – às 18h, o auditório do Ibirapuera recebe a entrega do 2º Prêmio Municipal de Educação em Direitos Humanos, que seleciona experiências de promoção dos direitos humanos na Rede Municipal de Educação. E também do Prêmio de Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns.
Os debates públicos também terão lugar no evento, com a participação do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, e da filósofa Marilena Chauí, para discutir a participação social nas decisões dos governos.
O festival também contará com duas mostras fotográficas. Uma reúne registros da paisagem urbana, retratos e autorretratos produzidos por pessoas em situação de rua, expostas na Galeria Prestes Maia. Aoutra traz retratos de pessoas de diversas orientações sexuais com camisetas de diferentes clubes de futebol, tomadas durante a 18ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo.
Diversas outras atividades vão compor a semana e a programação completa pode ser acessada na página da prefeitura de São Paulo.
No dia 14, o encerramento do evento vai contar com shows de Angela Ro Ro, Céu, Dream Team do Passinho, Gaby Amarantos, Karina Buhr, Lirinha, Luiz Melodia, Otto e Pepeu Gomes, no Auditório Ibirapuera, a partir das 16h.
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