Governo federal lança portal sobre anos da ditadura
"Este portal é um instrumento mais vivo e mais concreto para que a memória não se apague", destacou a ministra da SPM, Eleonora Menecucci.
Em um momento que os desinformados opositores do Governo Dilma Rousseff se manifestam favoráveis a intervenção militar no país, foi lançado nesta sexta-feira (5), em Brasília, o portal Memórias da Ditadura. A iniciativa será o maior repositório virtual de informações sobre a ditadura civil-militar (1964-1985) e que foi feito em termos de violação de direitos humanos e civis contra a população brasileira no período.
Para a secretária de Direitos Humanos (SDH), Ideli Salvati, essas manifestações são resultado da desinformação e desconhecimento das novas gerações sobre o que realmente ocorreu na época da ditadura militar. Para ela, iniciativas como a do portal dão continuidade ao processo de defesa de direitos humanos e serve para lembrar dos resquícios da época ainda vistos nos tempos atuais.
“A ditadura teve 21 anos, mas as suas manifestações ainda estão presentes em inúmeros espaços da sociedade brasileira. No sistema penitenciários, na repressão a grupos organizados, a população jovem e no conservadorismo da sociedade brasileira”, disse Ideli.
A ministra Eleonora Menicucci, da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM, que foi presa e torturada pela ditadura militar, lembrou de companheiros da época e da situação vivida pelo País e por quem resistia ao movimento. Segundo ela, os materiais servem para que as pessoas tenham uma ideia do que aconteceu na época, aprendam e evitem que novos episódios como esse aconteçam no futuro.
"Este portal é um instrumento mais vivo e mais concreto para que a memória não se apague. Porque quando se apaga a memória, se apaga a história de uma juventude e de um País e muitos não estão aqui para contar essa história", disse.
A ministra ainda ressaltou os momentos de sofrimento que teve quando lutava contra a ditadura e a importância de iniciativas como essa para o desenvolvimento e construção do Brasil. "Este portal, não só pelo que conta, mas pelo que significa neste momento da história do Brasil onde temos 50 anos do golpe militar, nos dá a força para continuar sobrevivendo e lutando pelo País", comentou.
Elementos para reflexão
A ministra de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Luiza de Bairros, também esteve presente no evento. Para ela, o lançamento do portal é mais um passo importante, que se iniciou com a criação da Comissão Nacional da Verdade, e que dá ao País a oportunidade de confrontar sua história recente.
“É oportuno o lançamento também porque vivemos hoje um momento de reorganização na qual a ideia de que o tempo da ditadura era um tempo melhor pro Brasil tem sido usada com mais frequência. Trazer essas memórias dá a sociedade os elementos para poder refletir sobre a época”, analisou.
Segundo Luiza Helena, o novo site consegue mostrar e descrever o envolvimento e sofrimento de todas as classes sociais do Brasil durante o período. “A ditadura foi um movimento que atingiu toda a sociedade brasileira. O portal tem uma preocupação de ver o quanto diversos setores da sociedade foram afetados e como deram respostas a essas situações”, disse.
Ajuda aos professores
O portal, produzido pelo Instituto Vladimir Herzog em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e a SDH, apresenta informações sobre a história da ditadura e dos movimentos que resistiram a ela, documentários, livros, mapas, depoimentos e uma área de apoio a educadores, com planos de aula, material didático e sugestões diversas sobre o ensino do tema.
Além de conter informações sobre o período para consultas do público, a nova página na internet também tem caráter didático e subsidia professores com matérias sobre o tema. O objetivo é que o professor conte com matérias diferentes dos usuais para serem usados na sala de aula e que o aluno possa ser protagonista nas situações educativas.
Memórias da Ditadura - http://memoriasdaditadura.org.br/
Da Redação em Brasília
Com Portal Brasil
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