O impossível aprendizado de Dilma rumo ao segundo tempo

Além do peso indiscutível de Mino Carta, a Carta Capital conta com a participação de dois dos principais economistas brasileiros, Antônio Delfim Netto e Luiz Gonzaga Beluzzo. Seu evento anual "As Empresas Mais Admiradas" junta anualmente o melhor do PIB brasileiro - em tamanho e influência.

Mais: a Carta Capital é a única publicação tradicional a manifestar um apoio crítico a Dilma. As críticas que têm feito aos erros da política econômica lhe conferiram autoridade para ser a avalista dos novos tempos, assim que Dilma mostrar evidências de que irá mudar seu estilo
O evento de hoje seria o cenário ideal para Dilma divulgar, senão propostas, pelo menos o chamamento para os novos tempos de participação geral, na presença de mais de uma centena de empresários e executivos das maiores empresas do país, ansiosos por renovar sua crença no futuro.
No entanto, Dilma antecipou uma viagem ao exterior apenas para não comparecer ao evento. No ano passado compareceu mas somente após ingentes esforços de Lula para convencê-la a ir.
Dilma aparentemente não faz a menor ideia do custo do apoio a ela, mesmo um apoio crítico. Cria resistências nas empresas, agências de publicidade, passa a ideia de publicação maldita, marginal.
Quando esnoba o maior evento da revista, a Presidente está enfraquecendo um de seus poucos aliados, quando se iniciar a guerra final da mídia.

A indicação para o STF

Ao mesmo tempo, aumentam os rumores de que indicará para uma das vagas do STF (Supremo Tribunal Federal) o Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo. Será mais um erro.
Nos próximos tempos se abaterá sobre o STF uma tempestade similar a que cercou o julgamento da AP 470. Dilma não precisa de aliados ou correligionários no STF. Precisa de Ministros técnicos, com personalidade firme e compromisso com a legalidade para enfrentar o furacão midiático que virá.
No exercício do cargo de Ministro, Cardozo revelou-se o mais débil dos Ministros, incapaz de resistir a um sopro de pressão sequer.
A probabilidade de ele exercer um mandato independente é zero. Será o mais implacável inquisidor contra o governo; e o mais radical garantista no julgamento da oposição. É a maneira de garantir sua blindagem, como demonstrou exaustivamente nos últimos quatro anos.

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