O Hezbollah e a nova “teoria” militar de Israel


3/11/2014, [*] Yahya DboukAl-Manar, Beirute  Líbano
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
                          POSTADO POR CASTOR FILHO
Soldados de Israel em mais uma invasão... na Palestina
Em Telavive, quando as soluções acabam, começam os milagres. Foi o que aconteceu com o militar israelense de alta patente que descobriu uma estratégia necessária e suficiente para obrigar o Hezbollah a render-se, logo na próxima guerra.

Há alguns poucos dias, o oficial, membro do comando militar de Israel, apareceu com uma nova teoria de combate, pela qual Israel não tomará a iniciativa na próxima guerra, de atacar áreas civis ou infraestrutura no Líbano. Em vez de atacar civis nas ruas, Israel atacará quadros e oficiais comandantes do Hezbollah. Segundo a nova teoria de Israel, só essa ação bastará para forçar o Partido a retirar-se.

O oficial da entidade sionista reconheceu também que todos os esforços de inteligência, para recolher informação sobre o Hezbollah e sobre a noticiada superioridade de sua Força Aérea, não foram de grande serventia com vistas à próxima guerra.

As informações que reunimos estavam erradas – disse o oficial israelense –mas a nova estratégia e a melhor solução já é conhecida: tomar por alvo os altos comandantes do Hezbollah.
RPG-7 - arma russa, antitanque, utilizada em 2006, quando Israel tentou invadir o sul dom Líbano

Os altos comandantes do Hezbollah, evidentemente, souberam do que os israelenses andam dizendo. E, claro, acharam muito engraçado.

Não passa de piada, dizem os oficiais do Hezbollah, e é prova de que o inimigo não encontrou “solução” alguma, apesar do alto potencial do exército sionista. Mais uma vez o “plano” consiste em “ou acerta ou erra”, nessa nova “teoria” de atacar comandantes e oficiais do Hezbollah. Nada de novo além do que os israelenses dizem desde 2006, e as conversas que inventam sobre vitórias, competências, inteligência, ataques à nossa infraestrutura em Dahiyeh e ataques contra civis, é sempre a mesma coisa, desde a guerra de julho de 2006 contra o Líbano – e tudo, como sempre, condenado antecipadamente ao fracasso.

Agora, então, Israel ameaça atacar oficiais e comandantes do Hezbollah, como se tivesse capacidade para atacá-los. Como se os israelenses tivessem podido atacá-los em 2006 e só não os mataram... porque optaram por deixá-los vivos!

Milhares e militantes reúnem-se para ouvir Hassan Nasrallah, Secretário-Geral do partido Hezbollah em Beirute, Líbano.
Israel há anos faz o possível e o impossível para matar precisamente esses comandantes e altos oficiais do Hezbollah e sempre fracassa. Desde bombardear prédios, construções, casas em Dahiyeh, porque “supõem” que haja altos comandantes do Hezbollah naqueles locais, até atacar pistas em Tiro, no sul, e em Baalbek, no leste, tudo isso sempre é feito para tentar eliminar oficiais e altos comandantes do Hezbollah – e Israel sempre fracassa.

O comando do Hezbollah tem memória longa. O povo libanês também.

[*] Yahya Dbouk é repórter do jornal AL-Manar de Beirute, Líbano.

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