Manchetômetro segue vigiando a mídia

Produzido pelo Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública (Lemep), da UERJ, o site Manchetômetro foi uma das melhores sacadas das eleições deste ano.

Altamiro Borges
Arquivo

Produzido pelo Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública (Lemep), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), osite Manchetômetro foi uma das melhores sacadas das eleições presidenciais deste ano. A academia, infelizmente tão distante da sociedade, deu uma importante contribuição para o avanço da democracia.

 
Através de gráficos e análises, o site acompanhou as manchetes dos três principais jornais do país (Folha, Estadão e O Globo) e, ainda, do Jornal Nacional da TV Globo. Sem adjetivos, ele conseguiu comprovar a postura partidarizada da mídia privada, que priorizou as notícias negativas contra a presidente Dilma Rousseff e fez campanha escancarada para os candidatos da direita. Concluído o pleito, o Lemep informa agora que manterá o site!

Nesta nova fase, o “Manchetômetro” seguirá analisando as manchetes dos mesmos veículos, mas mudará as suas variáveis. “Além da análise quantitativa das notícias pró e contra, o foco será na cobertura dos escândalos, no enquadramento que a mídia usa para falar sobre eles e na maneira como aborda os partidos políticos”, revela o site Muda Mais.
 
Segundo o professor João Feres Júnior, coordenador do projeto, o “Manchetômetro” cumpriu seu papel e tornou-se uma necessidade no estudo sobre os meios de comunicação. “Tenho noção de que não dobramos o braço da mídia, tanto é que ela tentou dar um golpe no final. Mas incomodamos, colocamos uma pulga atrás da orelha deles”, afirma. Daí a decisão de manter o site no período pós-eleitoral, que também será tenso.

Além das mudanças nos focos das análises, o site também sofrerá alterações tecnológicas, ampliando a área de ação do projeto. “Estamos com dois projetos pilotos para sites noticiosos (Uol, G1 e R7), utilizando robôs. Então essa contagem não seria feita por humanos, mas pela máquina, que identifica padrões nas notícias contrárias ou favoráveis”, afirma João Feres.
 
Assim, com um nível de 90% de coincidência entre a ação da máquina e a humana, o número de matérias analisadas será ainda maior. O objetivo da iniciativa é aumentar a fiscalização sobre os monopólios midiáticos. “Precisamos do controle de fora, não podemos esperar que eles se regulem. A rede social é pulverizada e eles têm um poder oligopolizado. A gente precisava institucionalizar um pouco essa regulação”.






Créditos da foto: Arquivo

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