Luis Nassif: Para entender o noticiário sobre Ministério e Lava Jato

  1. É blefe a atitude do Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, de pedir uma investigação para a Polícia Federal sobre o ativismo político dos delegados da Operação Lava Jato. O problema da Lava Jato não é o ativismo de delegados no Facebook, mas a suspeita de armação com a revista Veja na véspera da eleição. Se Cardozo estivesse falando sério, estaria cobrando a conclusão das investigações sobre o vazamento,
  2. A reportagem do Estadão sobre o ativismo dos delegados não representou a volta do jornalismo isento. Visou melar a operação deflagrada hoje, de prisão de altos executivos de empreiteiras. Na Operação anterior contra a Camargo Correia, os jornais endossaram o engavetamento do processo. A investigação pegou em cheio luminares do governo paulista, como Arnaldo Madeira, executivos da Camargo Correioa e trazia informações preciosas sobre o acerto feito entre o governo Serra, Ministério Público Estadual e as empreiteiras para abafar o caso do buraco do Metrô. Nao bate a ideia de que a operação foi deflagrada para abafar a revelação das preferências tiucanas dos delegados. Operações como a de hoje levam tempo para serem montadas.
  3. As reportagens sobre quem fica e quem sai no Ministério Dilma são chutes que misturam avaliações sobre preferencias de Dilma e, sobretudo, sobre preferências dos repórteres. Dia desses, saiu uma reportagem dizendo que o MInistro Cardozo chegava atrasado nos compromissos pela manhã por ficar trabalhando no Ministério até a meia noite. O Ministro chega às 11 no trabalho, sai às 12hd30 para almoçar, volta às 16 e vai embora por volta das 18hs00. A não ser que se considere como trabalho conversas amistosas com jornalistas em restaurantes da moda de Brasília.

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