A sétima fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta sexta-feira 14 pela Polícia Federal, teve como foco a prisão de executivos e de pessoas ligadas a grandes empreiteiras que faziam negócios com a Petrobras. Como mostram documentos obtidos porCartaCapital, além de vários empresários, eram alvo também Renato de Souza Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, suspeito de usar o cargo para assinar contratos com as empreiteiras e repassar parte do dinheiro para um esquema que alimentaria partidos governistas, como PT, PMDB e PP, e Fernando Antonio Falcão Soares, o Fernando Baiano, suposto operador do PMDB no esquema.
A ação desta sexta-feira decorre da análise de material apreendido e de depoimentos colhidos em fases anteriores da Lava Jato. De acordo com declarações atribuídas a Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras que assinou um acordo de delação premiada com a Justiça, Duque era um dos diretores da estatal que repassava dinheiro desviado para o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Duque esteve no cargo entre 2003 e 2012 e foi demitido da estatal junto com Costa, pela presidenta Dilma Rousseff (PT).
A Operação Lava Jato investiga um esquema de corrupção envolvendo políticos, empreiteiras e empresas públicas, em especial a estatal Petrobras. Segundo a PF, os grupos investigados na Lava Jato registraram, segundo dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), operações financeiras atípicas num montante que supera os 10 bilhões de reais. As investigações da Lava Jato tendem a avançar com velocidade pois, além de Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, mais duas pessoas aceitaram realizar acordo de delação premiada – Augusto Ribeiro de Mendonça Neto e Julio Camargo, ambos da Toyo-Setal, empresa controlada pela japonesa Toyo Engineering.
Os mandados de prisão temporária da sétima fase da Lava Jato foram expedidos contra:
- Renato de Souza Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras
- Fernando Antonio Falcão Soares, o Fernando Baiano, suposto operador do PMDB
- Adarico Negromonte Filho, irmão do ex-ministro das Cidades Mario Negromonte (PP)
- José Aldemário Pinheiro Filho, presidente da OAS
- Mateus Coutinho de Sá Oliveira, da OAS
- Alexandre Portela Barbosa, advogado da OAS
- Ildelfonso Colares Filho, diretor presidente da Queiroz Galvão
- Othon Zanoide de Moraes Filho, presidente da Vital Engenharia, ligada à Queiroz Galvão
- João Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa
- Dalton dos Santos Avancini, diretor presidente da Camargo Corrêa
- Ednaldo Alves da Silva, da UTC
- Ricardo Ribeiro Pessoa, presidente da UTC
- Valmir Pinheiro Santana, presidente da UTC
- Carlos Eduardo Albero, diretor técnico da Engevix
- Newton Prado Júnior, diretor técnico da Engevix
- Otto Garrido Sparenberg, diretor de Oléo de Gás da Iesa
- Valdir Lima Carreira, diretor presidente de Iesa
- Carlos Alberto da Costa Silva
- Jayme Alves de Oliveira Filho, agente da Polícia Federal
Os mandados de prisão preventiva foram expedidos contra:
- Eduardo Hermelino Leite, vice-presidente da Camargo Corrêa
- Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretor-presidente da Área Internacional da OAS
- José Ricardo Nogueira Breghirolli, também da OAS
- Sergio Cunha Mendes, vice-presidente da Mendes Júnior
- Gerson de Mello Almada, vice-presidente da Engevix
- Erton Medeiros Fonseca, diretor presidente de Engenharia Industrial da Galvão Engenharia
Os mandados de intimação e condução coercitiva foram expedidos contra:
- Edmundo Trujillo, diretor do Consórcio Nacional Camargo Corrêa (CNCC);
- Ângelo Alves Mendes, vice-presidente da Mendes Júnior;
- Pedro Morollo Junior, Fernando Augusto Stremel Andrade e Marice Correa de Lima, da OAS; - Rogério Cunha de Oliveira, diretor de Óleo e Gás da Mendes Júnior;
- Flávio Sá Motta Pinheiro, diretor administrativo e financeiro da Mendesprev, ligada à Mendes Júnior;
- Cristiano Kok, presidente da Engevix;
- Luiz Roberto Pereira
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