Hezbollah: “Por que não participaremos da ‘coalizão’ contra o Estado Islâmico” “EUA é a mãe do terrorismo”







Hassan Nasrallah حسن نصر الله 
Traduzido por  Coletivo de tradutores Vila Vudu



O secretário-geral do Hezbollah, Hassan Nasrallah, disse nessa 3ª-feira que seu grupo jamais, em tempo algum, será parte de alguma ‘coalizão’ anti-ISIL comandada pelos EUA, que são a “fonte” de todo o terrorismo no mundo.
A coalizão, que já iniciou os ataques aéreos ilegais na Síria, nessa 3ª-feira, foi criada pra salvaguardar interesses exclusivos dos EUA, não para combater contra algum terrorismo como alega – disse Nasrallah, em discurso televisionado.

“Na nossa avaliação, os EUA são a mãe do terrorismo, a fonte de onde brota todo o terrorismo. Se há terrorismo no mundo, seja onde for, hoje, olhe para os EUA” – disse o secretário-geral do Hezbollah.

“Os EUA dão completo apoio ao terrorismo praticado pelo estado sionista. Os EUA apoiam Israel, militarmente, financeiramente, legalmente, ilegalmente e até asseguram a Israel o veto no Conselho de Segurança da ONU, sempre que precisarem.”

Nasrallah continuou: Foram os EUA quem lançaram a bomba atômica sobre o povo do Japão. Foram os EUA que mataram incansavelmente o povo do Vietnã e em outros pontos do mundo; e são os EUA que sempre se mantiveram ao lado do primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu, nos 50 dias de guerra contra Gaza. Os EUA não têm qualificação ética ou moral para se apresentarem como líderes de uma coalizão para lutar contra o terrorismo.”

Os comentários foram feitos depois que EUA e ditaduras árabes aliadas começaram os ataques aéreos não autorizados contra alvos jihadistas na Síria, provocando a indignação de Irã e Rússia, aliados de Damasco.

Nasrallah descartou de antemão qualquer possibilidade de sua oposição à ‘coalizão’ comandada pelos EUA ser apresentada como apoio ao Estado Islâmico no Iraque e Síria (ISIL); lembrou que já denunciou inúmeras vezes os mesmos extremistas e pregou que fossem eliminados.

Verdade é que muitos dos agora incluídos na coalizão anti-ISIL sempre financiaram os terroristas que hoje lutam no Iraque e na Síria, o que força os povos da região a questionar os motivos dessa repentina ‘coalizão’, acrescentou Nasrallah, referindo-se a Arábia Saudita e Qatar.

O Líbano é um dos dez países árabes que juraram apoio à coalizão, compromisso ao qual Nasrallah disse que sempre se opôs.

“O presidente Obama que jamais diga que o Hezbollah defendemos  minorias, sejam muçulmanos ou cristãos” – disse Nasrallah.

“É claro que jamais integraríamos uma coalizão que só serve aos interesses de EUA, não aos interesses dos povos da região.”

No discurso de 15 de agosto, Nasrallah observou que os EUA só decidiram envolver-se na luta contra o ISIL quando os jihadistas aproximaram-se do Curdistão Iraquiano, região estrategicamente importante para o ocidente.

Soldados libaneses capturados
Nasrallah também conclamou o Líbano a negociar “a partir de posição de força” para obter a liberdade de 26 soldados que o ISIL e a Frente al-Nusra mantém como reféns nos arredores da cidade de Ersal, no nordeste do país.

Disse que a situação dos reféns, sequestrados durante combates de cinco dias contra os jihadistas, há sete semanas, é “humilhante”.

Os grupos sequestraram originalmente mais de 30 soldados das forças de segurança do Líbano. Depois do sequestro, a frente al-Nusra libertou cinco reféns e executou um. E o ISIL degolou dois.

Nasrallah disse que as negociações para obter a libertação dos reféns estavam sendo dificultadas pelo “desempenho político” de alguns partidos, interessados em obter “dividendos políticos”.

“Em nome dos soldados, do exército, das respectivas famílias, do país, ponhamos de lado as diferenças políticas e os objetivos políticos” – disse ele, referindo-se a recentes declarações de membros do movimento 14 de março, que acusaram o Hezbollah de culpa nos sequestros, por causa de sua ação militar na Síria.

Disse que todos os que acusam os Hezbollah de opor-se a negociações com os jihadistas, são “mentirosos”; insistiu que o Partido de Deus sempre apoiou os esforços do governo libanês para obter a liberdade dos reféns, “desde o primeiro dia”.

“Quem apareça para dizer que o Hezbollah teria rejeitado o princípio da negociação mente para promover interesses políticos partidários, não porque deem qualquer importância à vida e ao retorno dos reféns” – disse Nasrallah.

“Nós jamais rejeitamos o princípio da negociação, seja com terroristas, takfiris, não importa. Com Israel, que seja, também não importa: negociamos sempre que se trate de questão humanitária.”

Mas Nasrallah disse que é lógico e faz pleno sentido que o Líbano exija, como condição para negociar, que os sequestradores parem com as execuções de reféns.

“Temos de negociar de uma posição de força, não na posição de quem chora ou suplica” – disse ele. – “Muito choro só levará a mais catástrofe. Se há esperança de que aqueles soldados voltem para suas famílias, essa esperançna está em negociarmos a partir de posição digna, não humilhada ou súplice.”

Fonte: Al-Akhbar
Sayed Hassan Nasrallah
“Por que não participaremos da ‘coalizão’ contra o Estado Islâmico”
Excerto, transcrição traduzida

O segundo ponto tem a ver com os desenvolvimentos na região e a posição do Hezbollah quanto ao que se tem denominado “coalizão internacional contra o Estado Islâmico”. Queremos evidentemente precisar nossa posição sobre a tal ‘coalização’, nossa posição como movimento, nossa posição como Resistência, nossa posição manifesta por nossos ministros dentro do governo libanês. Assim, queremos igualmente responder às distorções e mentiras de que fomos alvo, relacionadas a esse assunto. Depois, se ainda houver gente incapaz de saber e compreender, é problema deles, não nosso. Seja como for, expomos e explicamos nossa posição, porque se trata de um momento histórico crucial.

Em primeiro lugar, todo mundo sabe que o Hezbollah opôs-se ao Estado Islâmico. Já falei disso há dois meses, longamente e detalhadamente. Nos opomos àqueles grupos takfiris assassinos. Ainda mais, nós combatemos contra eles e perdemos muitos combatentes nessa luta.

Essa é a razão pela qual a primeira coisa a ser descartada é essa ideia de alguns, que pretendem que nossa posição vis-à-vis da coalizão internacional teria o objetivo de defender ou de proteger o Estado Islâmico; ou outras ideias similares. Absolutamente não. Trata-se de caricatura, zombaria: é erro que só se explica pela ignorância, por análises simplificadoras, ou mesmo pela vontade de enganar.

No que nos concerne, já expliquei longamente que consideramos o Estado Islâmico, esses grupos que matam e massacram apenas por causa de uma diferença de pensamento, um desacordo político ou uma discordância de organização – e já explicamos isso antes, longamente, em várias ocasiões –, nós entendemos que esses grupos são uma ameaça contra todos os povos, todos os governos e todas as religiões e confissões, não só contra as minorias: são ameaça contra todos os habitantes e povos dessa região.

Por isso nossa posição vis-à-vis desses grupos é posição firme, clara e definitiva. Nossa posição é clara quanto à necessidade de dar-lhes combate e de rejeitá-los; e de preservar os povos da região e toda a região contra o perigo que eles representam.

Outra questão, absoluta e completamente diferente é a intervenção militar norte-americana, ou a constituição de uma coalizão internacional dirigida pelos EUA. Essa é, completamente, outra questão. É assunto que tem de ser discutido sob vários ângulos.

Para começar, do ponto de vista de uma posição de princípio: não faz diferença alguma que os norte-americanos venham atacar o Estado Islâmico, ou que venham atacar os Talibã, ou que venham atacar o antigo regime iraquiano, ou que venham atacar seja quem for.

Nós – o Hezbollah – temos uma posição de princípio. É diferente da posição de outros que apoiam a intervenção norte-americana e solicitam intervenções, por exemplo, para derrubar tal ou qual governo, mas se opõem, se a intervenção norte-americana visa a atacar, por exemplo o Estado Islâmico; ou só se opõem à intervenção, no caso de a intervenção fazer mira contra o grupo deles. Não. Nossa posição é diferente. Nos somos contra a intervenção militar norte-americana e somos contra a coalizão internacional na Síria, e nada muda se o alvo é o regime (como acontecia há pouco mais de um ano), o Estado Islâmico ou outra coisa qualquer.

Há aí um princípio de base, fundamental, contra toda e qualquer intervenção militar norte-americana, venha ocultada sob uma coalizão internacional, intervenção da OTAN ou de forças multinacionais. Temos um princípio fundamental que repousa sobre bases e pilares que não mudam de um caso para outro. E por causa de nossa conexão a esse princípio fundamental, fomos atacados em diversos incidentes e em várias ocasiões no passado.

E é sobretudo por causa desse princípio que não somos favoráveis àquela coalizão. Isso foi o que declaramos ao Conselho de ministros mediante nossos ministros e outros aliados. Quando se tratar de votar no Conselho de Ministros, nós diremos, como partido, que nos opomos a que o Líbano participe daquela coalizão.

Quanto a o Líbano participar de conferências ou encontros é outro assunto, que concerne ao presidente da República, ao primeiro-ministro, ao ministro de Relações Exteriores. Mas os engajamentos do país são discutidos no Conselho de Ministros.

Afirmamos, em primeiro lugar, que temos uma posição de princípio contra toda e qualquer intervenção norte-americana. Sim, mas por que temos essa posição de princípio? Consideremos, para entender, o desenvolvimento dos eventos.

Primeiro, porque entendemos que os EUA são a mãe de todo o terrorismo. E se alguém quiser discutir esse ponto, podemos começar. Os EUA estão na origem do terrorismo em todo o mundo. Em todo ato terrorista que aconteça no mundo, procure, por trás dele, a mão do governo dos EUA. E falo sempre do governo, não do povo dos Estados Unidos.

Segundo, porque os EUA são apoiadores absolutos, o sustentáculo absoluto, do estado terrorista sionista. A causa do terrorismo em nossa região é a existência do Estado de Israel, que se beneficia do apoio total que recebe dos EUA: no plano militar, de segurança, político, econômico, financeiro, legal – até a mais mínima condenação de Israel é proibida no Conselho de Segurança, pelo veto dos EUA.

Terceiro, porque os EUA criaram, ou contribuíram para a criação de todos esses movimentos e grupos terroristas takfiris.

Quarto, porque os EUA não têm autoridade moral necessária para serem dignos de comandar uma coalizão contra o terrorismo. Na realidade, não têm hoje nem jamais tiveram nem qualquer mínima autoridade moral. Os que lançaram bombas atômicas contra o povo japonês, cometeram as piores atrocidades contra o Vietnã, que têm toda essa história... Os que, ainda bem recentemente, apoiaram Netanyahu na guerra de 50 dias contra a Faixa de Gaza e contra o povo de Gaza, bombardeando, destruindo, matando milhares de pessoa, ferindo milhares de pessoas, expulsando dezenas de milhares de pessoas dos próprios lares, esses, esse governo dos EUA é moralmente indigno de apresentar-se como se combatesse o terrorismo ou como se pudesse estar à frente de uma coalizão internacional contra o terrorismo.

Aquela coalizão nada tem a ver com lutar contra o terrorismo, absolutamente nada a ver.

O verdadeiro objetivo é o nosso 5º item, e como o presidente Obama sempre repete: essa coalizão existe para defender interesses dos EUA. Assim sendo, o que temos a ver, nós, com os interesses dos EUA? Principalmente, porque a maior parte desses interesses dos EUA, se não todos eles, crescem à custa dos nossos interesses aqui na região, dos interesses dos povos da região e dos governos da região.

Por que nós, o Líbano, ou qualquer outro estado, deveríamos participar de uma coalizão comandada pelos EUA, numa guerra para defender interesses dos EUA na região? O próprio Obama o diz, e não estou jogando sobre ele coisas que ele mesmo não tenha dito. Obama jamais disse que eles estavam chegando aqui para defender minorias, cristãos, muçulmanos, etc., jamais!

Todos os massacres que acontecem sob os olhos do mundo inteiro, e já há muitos anos, não só nos últimos meses... e os EUA nunca reagiram. Sim, é verdade que, agora, a situação tornou-se tão grave que já começa a prejudicar interesses dos EUA. Então resolveram agir, acobertados por essa coalizão que inventaram. Não temos interesse algum em combater numa coalizão internacional dessa natureza, ou em apoiar uma coalizão que só serve aos interesses dos EUA à custa dos interesses dos povos locais.

Em sexto lugar, os libaneses têm o direito, como iraquianos, sírios e todos os povos da região, de duvidar das intenções dos EUA escondidas sob essa súbita tomada de consciência, esse desejo de reunir o mundo inteiro e criar uma coalizão internacional (o que fizeram), de duvidar da disposição deles para fazer essa guerra que estão começando. Será que os EUA estão realmente despertando? Será que seus sentimentos humanitários foram realmente tocados? Será que estão realmente chocados ante as matanças, os massacres, as multidões de refugiados sem casa, mesquitas destruídas, igrejas, mausoléus, crucificações, etc.? Será que realmente estariam tomando consciência dessas realidades, e a consciência os empurrou a criar essa coalizão, por sentimentos humanitários?

Ou será que a verdade é o exato contrário disso, e os EUA vêm aí a ocasião, o meio, o pretexto para voltar a ocupara a região, ou impor a criação de bases militares que o Iraque recusou-se a receber no passado, e que agora poderiam ser implantadas à força no Iraque ou em outros países da região, ou impor por aqui outras decisões desse tipo?

Gostaria de simplesmente relembrar aos libaneses – porque é assunto sobre o qual já falei no passado – que no início da guerra de julho de 2006, quando recebíamos mensagens por intermediários, visando a pôr fim à guerra, recebemos a seguinte propostas: primeiro, entregar todas as nossas armas, todas as armas da Resistência; segundo, libertar os dois prisioneiros israelenses imediatamente e sem condições; e terceiro, um ponto muito importante, aceitar a presença de uma força armada multinacional – não forças da FINUL ou da ONU – forças multinacionais que ficariam presentes no sul, ao longo da fronteira entre o Líbano e a Palestina, nas fronteiras entre o Líbano e a Síria , no aeroporto, nos portos e em solo libanês. Esse foi a ‘proposta’ que rejeitamos na guerra de julho de (2006), e que derrotamos com nosso sangue, nossos mártires, nossa paciência, nossas lágrimas, nossos ferimentos, nossos sofrimentos, aflições, nossa solidariedade, etc.

Pois bem. Quem nos garante que não estão tentando novamente nos impor as mesmas condições, com essa participação na tal coalizão internacional? A partir no momento em que nos tornemos membros dessa coalizão internacional, nossos aeroportos, portos, céus, águas territoriais, tudo lhes será escancarado para aí instalarem bases militares para a OTAN e para os EUA. O que será feito do Líbano? Em que converterão então o Líbano?

Os libaneses não têm todo o direito de ter dúvidas? Assim também há grande dúvida entre os iraquianos, que se perguntam se o objetivo desse despertar e do súbito interesse dos EUA não será só interesse  de voltar para implantar bases militares. Querem voltar e criar bases militares permanentes, aeroportos, etc. Querem impor as condições deles e garantir a imunidade dos soldados e oficiais deles, como o que fizeram na Coreia do Sul e em outros pontos.

É por isso, por todas essas razões e ainda por outras que nem evoco agora para não me estender demais, que não somos favoráveis, que recusamos que o Líbano participe da coalizão internacional arranjada pelos EUA.

E o Líbano não precisa disso. Primeiro, não interessa ao Líbano, e o Líbano se exporá a perigos, se participar dessa coalizão.

E não estou dizendo que se trata de manter distância – explico para que não nos acusem de inconsequência. É outra coisa completamente diferente. A desintegração, por dentro desses grupos, é já visível. O Líbano se exporá a perigos, se participar dessa coalizão. Isso, em primeiro lugar.

O segundo ponto é que o Líbano não precisa dessa coalizão. Não precisa participar dessa coalizão, não tem nenhum interesse em participar.

Alguém poderá objetar que já enfrentamos esse perigo no Líbano, nesse momento. Mas os libaneses são capazes de fazer frente a esse perigo. Somos capazes, como libaneses, de fazer frente aos terroristas e ao terrorismo. E já agora, apesar das divisões políticas, apesar das disputas políticas, apesar da incitação sectária e de tudo do que já falei na primeira parte, o Líbano continua capaz de fazer frente a esse perigo, mesmo com esse nível mínimo de coesão e de cooperação que há dentro do governo libanês – o atual governo –, sim, o Líbano é capaz de enfrentá-los com seu exército, suas forças de segurança, seu povo, sua determinação e sua paciência. E também no futuro, sim, nós libaneses seremos capazes de fazer frente a esse perigo. Sim.

Quanto a nós, de que itens nós precisamos? Se alguém quiser apelar à comunidade internacional, aos EUA ou aos membros da nova coalizão internacional, vai aqui a lista do que nós queremos:

Primeiro, pedimos a todos os países – não só a esses – que parem de financiar e armar grupos terroristas que atacam o Líbano e o interior do Líbano. E nem falo da Síria ou do Iraque, falo do Líbano. Falo como libanês, no plano nacional. Parem de armar, financiar, treinar e enviar terroristas que atacam o Líbano – porque isso prossegue até hoje. E prossegue porque países que são membros dessa coalizão fazem que prossiga. Acabem com isso e prestarão bom serviço ao Líbano.

Querem ajudar o Líbano? O coração de vocês arde de paixão pelo Líbano e pelo povo libanês? Querem proteger o Líbano, contra o terrorismo? Pois parem de financiar e armar e treinar grupos terroristas. Aí está a primeira coisa que devem fazer.

Em segundo lugar, passem a apoiar o mais depressa possível o exército libanês e as forças de segurança, porque é deles que tudo depende; e, também, porque isso é responsabilidade do Estado.

Terceiro, ajudem o Líbano a enfrentar o problema dos refugiados. Se o problema dos refugiados for resolvido, já diminuirão consideravelmente os perigos representados por terroristas, pelo terrorismo, a sedição e todos os problemas que ameaçam a situação interna no Líbano. Se alguém quer ajudar o Líbano, que ajude nesses três pontos: (1) parem de financiar e armar os terroristas; (2) apoiem e armem o mais rapidamente possível o exército libanês e as forças de segurança; (3) dediquem-se a resolver o problema dos refugiados.

E quanto aos libaneses – quero insistir nesse ponto nessa noite –, os libaneses são capazes de fazer frente a qualquer perigo terrorista que se volte contra eles.

Ontem, os terroristas agruparam os soldados libaneses (reféns) num local e um dos terroristas veio jactar-se: “Se quiséssemos poderíamos chegar a Beirute em poucos dias.” Mentira. Não podem. Não e não. Vocês não podem chegar a Beirute nem a parte alguma. E nem preciso falar de outras regiões do Líbano. Não podem!

Os libaneses são capazes de defender todas as regiões do país, com o estado, o exército, a solidariedade, os sentimentos patrióticos e nossa responsabilidade nacional – e isso é, para mim, convicção profunda. – Todas as regiões do país devem ser protegidas, podem ser protegidas e serão protegidas de todos os perigos terroristas.

As regiões do Líbano não pertencem a uma confissão, um partido, algum grupo específico: são território libanês, são o povo libanês, são libaneses. E todos os libaneses têm a responsabilidade de manter-se unidos, de mãos dadas, para impedir que o terrorismo chegue a regiões libanesas, sejam quais forem.

Ninguém deve dizer a si mesmo que, se o perigo terrorista alcança militarmente uma região, um ou outro não está envolvido, porque não são sua religião ou seu partido político que estão sendo atacados. Esse é erro grave, é erro fatal.

Os libaneses devem unir-se, dar-se as mãos, e poderão realmente fazer retroceder os terroristas e dos takfiris para longe do Líbano. Somos fortes, não somos fracos, e ninguém pode nos ameaçar: nem de invadir, nem de assumir o controle do território, nem de chegar a Beirute ou a não importa onde. Porque continuamos vivos e ninguém pode intimidar desse modo os libaneses. E, como já disse tantas vezes no passado, nos sempre assumiremos nossas responsabilidades




Muito obrigado a Tlaxcala
Fonte: http://tinyurl.com/kcynvu5
Data de publicação do artigo original: 23/09/2014
URL deste artigo: http://www.tlaxcala-int.org/article.asp?reference=13557 

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