Cunha promete gaveta para regulação da mídia e garante sua anistia

Autor: Fernando Brito
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Há uma única afirmação peremptória na entrevista do gavião Eduardo Cunha a Kennedy Alencar, no SBT e reproduzida em seu blog.
É a garantia que não colocará sequer em votação qualquer projeto de regulação econômica da mídia.
“Jamais. Regulação de mídia, jamais. Eu colocaria na gaveta”

Foi um raro momento de sinceridade em uma entrevista onde quis se apresentar como o “Dudu Paz e Amor”, com direito até a uma evidente assessoria de imagem para transmitir uma figura menos soturna que aquela a que todos estão acostumados.
O que significa isso?
Cunha sabe que seu passado de negócios e lobbies é seu ponto mais frágil.
Dezenas – ou centenas – de repórteres e deputados, em Brasília – o conhecem, como conhecem suas indicações políticas,  sobretudo para postos-chave na definição de financiamentos, como a vice-presidência da Caixa.
A declaração direta, incisiva, que não admite nem sequer falar no assunto funciona assim como uma garantia de que estes fantasmas não virão à tona nos jornais, ou que faz, com ela, um pedido de providências para que não apareçam por lá, com mais profundidade.
Cunha, assim, terá de se preocupar apenas com o seu outro ponto frágil: se o governo fará “jogo duro” com os governadores eleitos do PMDB e seu controle sobre as bancadas dos recém-eleitos.
Michel Temer, deixou isso bem claro: ““se tiver um candidato (à presidência da Câmara), ainda que seja do PMDB, que se coloque contra o governo, ele está se colocando contra mim, que sou vice-presidente da República”
O governo pode cometer qualquer erro em relação a Eduardo Cunha.
Menos o de ter ilusões de que com ele haja acordo para valer.

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