Luis Nassif: Todos perderam em um circo de horrores


Por - no GGN
O debate de hoje, no SBT, é um marco do horror na política. Ninguém ganhou, nem Aécio, nem Dilma, menos ainda o eleitor.
Há vários debates Aécio vinha insistindo na questão da Petrobras, acusando Dilma de conivência com as irregularidades. Com o telhado de vidro que tem, é evidente que o contra-ataque viria sobre seu histórico.

Hoje, Dilma conseguiu expor a falsa indignação de Aécio, sua insistência em se apresentar como o homem de “vida digna” – frase repetida ad nausean -, sua falsa esperteza em tratar as críticas contra ele como se fossem contra Minas, sua resposta recorrente a todas as críticas, taxando Dilma de leviana.
Esse tipo de retórica é manjada. Lembra o ex-governador Luiz Antônio Fleury, quando se dirigia ao crítico e dizia “exijo respeito”.
A maneira de desarmar esse jogo retórico é pela insistência: o uso em excesso do recurso desgasta.
Mas a que preço?
Nada disso compensa o rebaixamento a que Dilma foi submetida, entrando nesse jogo de ataques pessoais. Se ataques pessoais resolvessem a eleição, Serra teria sido eleito em 2010. Um presidente precisa ficar acima dessas baixarias.
Ao entrar nesse jogo, Dilma abriu uma caixa de pandora indescritível. Todos os bêbados virtuais, os piores elementos, vigaristas, cafajestes, ganharam liberdade para jogar na rede sua sujeira mais fétida. É só conferir os perfis de cafajestes renomados, como Romeu Tuma Jr e outros.
Dilma vai perder com o desempenho? Não. E é até curioso acompanhar a falsa indignação de colunistas que vinham estimulando o comportamento agressivo de Aécio. Mas não ganha nada. No máximo, se igualou a Aécio.
Nas eleições de 2010, o único esquema virtual montado era o de Serra, jogando lixo na Internet. Hoje, os dois lados se igualam nas baixarias.

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