São Paulo agora quer Aécio no segundo turno. Minas, não. Dará tempo?

Autor: Fernando Brito
uberlandia
Há exatos 20 dias, este modesto comentarista  escreveu: “ A oposição entra em alerta com risco de queda de Marina e derrota no 1° turno“.
Embora me fosse conveniente o contrário, sobretudo na hora de apostar na Mega-sena, não sou dotado que qualquer dom premonitório e muito menos de uma capacidade analítica extraordinária.
É que – e cada vez mais, quanto mais velho – procuro olhar a política como um jogo de aspirações sociais, interesses políticos e econômico e estruturas de poder.

Há um poder no Brasil, imenso e incontrastável: o mercado financeiro e suas expansões: a mídia e a elite.
E são estas suas expansões que o estão deixando claro: estão tentando corrigir, às pressas, a aposta arriscadíssima que fizeram na tosca criatura com que pretenderam derrotar o governo e voltar à sua velha e histórica expressão política: o PSDB.
Os jornais de hoje, pelos porta-vozes de sempre e pelos que “nasceram” com um sentido ético que entende democracia como a liberdade do mercado e a prevalência dos “cultos”, deixam isso claríssimo.
Nenhuma dúvida de que querem, embora sérias dúvidas de que possam, apesar de São Paulo,  pois no restante do Brasil Aécio é incapaz de galvanizar sequer o sentimento de oposição ao governo. Suas dificuldades em Minas, sobretudo, o fragilizam ao extremo.
Não é possível prever que o conseguirão, porque embora poderosíssimo seu caldeirão midiático e instintivo o faro elitista, esqueceram que as estruturas orgânicas da política têm um peso fortíssimo e se lançaram na aventura marinista que murcha, mas ainda é forte.
Como também é impossível prever se o crescimento de Dilma Rousseff será suficiente para fazer desta o que a direita errou ao tentar fazer com Marina: uma eleição com o segundo turno já no primeiro.
As pesquisas de hoje, daqui a pouco,  creio que seguirão a “trancá-la” na mesma posição e a elevar Aécio, claro que dentro dos limites do possível, o que seria uma temeridade, apenas por sensibilidade, quantificar.
Pode ser até que não seja possível um coisa ou outra, mas desejo não lhes falta.
E no segundo turno?
Bem, esqueçam estas pesquisas.
Onde Marina e Aécio podem chegar, ela depenada por um fim de campanha em queda, ele sob o risco severo de uma derrota em primeiro turno em Minas é algo que perguntar agora não gera respostas seguras.
Exceto a de que vão ter dificuldades imensas, maiores do que os cálculos de transferência de voto mostram agora.
PS. Acaba de sair a pesquisa Ibope. Não deu para fazer nada. Vamos ver o Datafolha.

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