PADILHA FOI ROUBADO PELOS INSTITUTOS DE PESQUISA?

: 05/10/2014- São Paulo- SP, Brasil- O candidato ao governo de São Paulo pelo PT, Alexandre Padilha, votou por volta das 10h deste domingo (5), na Escola Estadual Caetano de Campos, na região central de São Paulo. Foto: Rodrigo Petterson/ Analítica

Candidato do PT a governador de São Paulo aparece com 20% na pesquisa de boca de urna do Ibope; ao longo da campanha, instituto atribuía a ele menos de 5% de intenções; dessa forma, Alexandre Padilha ficava fora da programação da Rede Globo, tratado como nanico; no sábado 4, porém, apareceu com 11% e, agora, praticamente dobra percentual; Ibope vai, ao menos, pedir desculpas pela disparidade?


247 – O candidato do PT a governador de São Paulo, Alexandre Padilha, é a primeira vítima das pesquisas eleitorais. Ele passou toda a campanha, de acordo com os levantamentos do instituto Ibope, abaixo dos 5% de intenções de voto. Com essa índice raquítico, Padilha foi tratado pela Rede Globo como um candidato nanico, com quase nenhum espaço na programação da maior emissora do País. No entanto, à medida em que a hora do voto se aproximava, o Ibope procurou corrigir os próprios resultados e, na véspera da eleição, divulgou pesquisa em que Padilha já aparecia com 11% de intenções.
Na pesquisa de boca de urna, nova surpresas: o ex-ministro chegou a 20%, numa situação de empate técnico com o ex-presidente da Fiesp, Paulo Skaf, do PMDB, que marcou 20%. Disparado na frente, o governador Geraldo Alckimin, do PSDB, exibiu 52%. Até 17h34, não havia informações sobre urnas abertas e votos contados em São Paulo.
A pergunta que está no ar é: como o Ibope, parceiro da Globo, não conseguiu detectar em seus radares uma candidatura que, na boca de urna, atingiu 20%? Seria um caso de muita incompetência ou muita má fé. A explicação inicial, dadas pelos comentaristas escalados pela própria Globo, é a de uma escalada espetacular de última hora. Essa, de resto, é uma explicação velha, sacada a cada eleição em que os resultados das pesquisas, dados como verdade absoluta, se mostram furados quando os votos são contados. No caso, já pela própria pesquisa de boca de urna.
Relegado a um distante terceiro lugar ao longo da campanha, Padilha mostrou, com os 20% marcados na boca de urna, que não exagerava quando dizia que tinha, sim, chances de chegar ao segundo turno contra Alckmin. O problema, para ele, é que, de tão deprimidos, seus números, especialmente no Ibope, chegaram a desanimar seus apoiadores. Caso os levantamentos tivessem estado mais próximos do que mostrou a boca de urna, é óbvio que o pique da campanha seria outro. Padilha tem todo o direito de reclamar, e muito, das pesquisas – ele foi o grande prejudicado por elas no maior Estado do País.

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