Janio de Freitas: “pode-se ter certeza” de fraude no caso Youssef

O colunista da Folha de S.Paulo, Janio de Freitas, na edição desta quinta-feira (30), abre o seu texto com a seguinte afirmação: “Antes mesmo de alguma informação do inquérito, em início na Polícia Federal, sobre o “vazamento” da acusação a Lula e Dilma Rousseff pelo doleiro Alberto Youssef, não é mais necessário suspeitar de procedimentos, digamos, exóticos nesse fato anexado à eleição para o posto culminante deste país. Pode-se ter certeza”.


Janio de Freitas é colunista da <i>Folha de S.Paulo</i>Janio de Freitas é colunista da Folha de S.Paulo
É notório que a revista Veja pratica, no mínimo, o jornalismo tendencioso, usando um critério no mais inocente dos mundos. Mas agora, diante do claro golpe que tentou praticar às vésperas do segundo turno das eleições, o panfleto da oligarquia fica cada vez mais isolado.

Janio tenta aliviar, sem sucesso, a tentativa de golpe midiático da Veja dizendo que a Polícia Federal suspeita que Alberto Youssef tenha sido induzido a fazer as acusações a Dilma e Lula, entre o depoimento dado na terça (21) e a alegada “retificação” que teria sido feito pelo advogado. Essa ratificação, isto é, mudança no texto do depoimento, foi negada pelo advogado de Youssef, Antônio Figueiredo Basto, que afirma que “ou a fonte da matéria mentiu ou é má-fé mesmo”, pois o depoimento que a revista cita nunca aconteceu.



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Segundo a Veja, um dos advogados de Youssef teria feito pedido de ratificação em depoimento prestado por seu cliente. A revista disse que no depoimento de Youssef, ao ser questionado sobre quem mais sabia dos desvios na Petrobras, ele teria dito: “Lula e Dilma”.

A manipulação da informação por parte da Veja e outros veículos, para tentar o golpe nas urnas, foi tão escancarado que Janio citou a notícia de queima de arquivo. “Youssef foi levado da cadeia para um hospital em Curitiba. O médico, que se restringiu a essa condição, não escondeu nem enfeitou que encontrara um paciente "consciente, lúcido e orientado", cujos exames laboratoriais "estão dentro da normalidade". Mas alguém "vazou" de imediato que Youssef, mesmo socorrido, morrera por assassinato”, pontuou ele.

Janio completa: “O boato da queima de arquivo pela campanha de Dilma ia muito bem, entrando pela noite, quando alguém teve a ideia de telefonar para a enlutada filha da vítima, que disse, no entanto, estar o papai muito bem. O jornalista Sandro Moreyra já tinha inventado, para o seu ficcionado Garrincha, a necessidade de combinação prévia com os russos”.

Outra demonstração de isolamento da Veja diante de sua farsa foi a carta enviada pelo diretor de jornalismo da TV Globo, Ali Kamel, à Folha de S. Paulo. A emissora da família Marinho diz que não repercutiu a reportagem da Veja porque a revista “não provou a denúncia com suas fontes”. Como dizem: a casa está caindo, Veja.

Da redação do Portal Vermelho

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