Dilma diz que tucanos dão 'golpe' com 'uso eleitoreiro' de denúncias
Dilma com Tarso no Rio Grande do Sul: "Nós temos de responder com a verdade e a esperança" |
por Redação RBA
São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff acusou hoje (10), durante comício em Canoas, no Rio Grande do Sul, haver uso eleitoreiro das denúncias envolvendo a Petrobras. No ato, a candidata do PT à reeleição apontou contradição na posição mantida pelo adversário do PSDB, Aécio Neves, ao acusar que durante os oito anos do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) a Polícia Federal esteve aparelhada.
“Eles jamais investigaram, jamais puniram”, disse. No começo da tarde ela já havia concedido entrevista coletiva no Palácio do Alvorada, em Brasília, na qual afirmou achar “estranho” o surgimento de denúncias em meio ao período eleitoral. Ontem o Jornal Nacional, da Globo, divulgou trechos de áudio no qual o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, acusado de cometer uma série de crimes, afirma ter havido repasse de recursos públicos da empresa para campanhas eleitorais de PT, PP e PMDB. A gravação é fruto de depoimento prestado à Justiça do Paraná, e não poderia ter sido tornada pública pelo fato de o processo correr em segredo.
“Agora, na véspera eleitoral, sempre querem dar um golpe. Estão dando um golpe. Esse golpe nós não podemos concordar com ele”, continuou Dilma, no comício em Canoas, pedindo que os gaúchos ajudem a evitar o retrocesso. “Eles destilam ódio, eles destilam mentiras. Nós temos de responder com a verdade e a esperança. Diante da urna nós votamos com consciência, paz e amor no coração.”
O ato no Rio Grande do Sul foi realizado ao lado do governador e candidato à reeleição, Tarso Genro, e do ex-ministro das Cidades Olívio Dutra, derrotado no último domingo na disputa ao Senado. Tarso,em vídeo postado hoje em seu perfil no Facebook, foi o primeiro líder petista a acusar a existência de um "golpe político" contra Dilma com o surgimento de denúncias feitas a partir dos dados fornecidos por um criminoso e vazados em pedaços. “Estamos num processo eleitoral muito difícil. Há uma campanha organizada pela grande mídia contra a reeleição da presidenta Dilma que está alcançando as raias de uma manipulação eleitoral agora no segundo turno.”
O primeiro programa eleitoral de Dilma no segundo turno, que estreou ontem, já buscou diferenciar as atitudes de PT e PSDB em relação à questão da corrupção. Ao longo dos dez minutos ela citou o fato de os órgãos de apuração terem ganho autonomia desde o governo Lula, em contraposição ao que considera um procedimento de engavetamento predominante na gestão FHC.
Hoje, em Canoas, ela voltou a marcar diferenças. “Não concordamos com uso eleitoreiro de processos de investigação que nós começamos, nós fizemos, nós desenvolvemos. A PF passou a ser um órgão de investigação a partir dos nossos governos”, disse. “Quem era o diretor-geral da PF? Era aparelhado. Era um militante filiado do PSDB. Eles aparelharam a PF. Por isso, a PF investigou pouco, descobriu pouco, prendeu pouco.”
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