Cinco horas finais para o golpismo

 Autor: Fernando Brito
globo
Cuidado com a Globo.
O que ela não fez ontem, quando Dilma podia responder, fez hoje.
Uma longa matéria no jornal Hoje , de cinco minutos, usando como “gancho”  a ação de uma garotada otária, que ainda não aprendeu que este tipo de coisa só leva água para o moinho do inimigo, que espalhou lixo na frente da Veja e pichou umas calçadas, repetiu e detalhou, sem contradição, a narrativa criminosa da Veja.
Tudo indica que prepara o mesmo para o Jornal Nacional, à noite.

Como escreveu Rodrigo Vianna, pode ser que não faça se as pesquisas derem os mesmos seis a oito pontos de vantagem a Dilma, ou mais que isso.
Mas como a Globo também é dona das pesquisas, não é de estranhar se não derem, embora todos os dados disponíveis apontem para diferença ainda maior em favor de Dilma.
Daqui a pouco saberemos.
Que seja esta a última eleição em que o povo brasileiro esteja – como está desde a eleição de Collor, com a edição criminosa do debate com Lula – à mercê não das ruas, mas dos escritórios da emissora.
É perigoso e temerário o que podem fazer?
É, mas os anima o fato de que saíram, todas as vezes, impunes.
Do debate, do sequestro de Alílio Diniz, das cenas de montes de dinheiro armadas com um delegado da Polícia Federal em 2006 e do atentado da “bolinha de papel” em 2010.
Verdade que a Globo é muito menos poderosa a cada ano, com menos audiência, e cada vez mais a internet se contrapõe a estas armações.
Mas não nos iludamos: ela é o principal canal de (des)informação do povo brasileiro, até porque o resto da mídia segue sua mesma cartilha.
Não haverá democracia neste país enquanto o povo brasileiro tiver de esperar até o final da edição da véspera do Jornal Nacional para saber se o seu livre processo de formação de consciência será respeitado ou violentado por acusações a quem já está condenado ao silêncio.

Comentários