Candidatos exigem mais tempo e Globo cancela entrevistas no JN



Por DANIEL CASTRO

Previstas para os próximos dias 20 e 21, as entrevistas com os candidatos à Presidência da República no Jornal Nacional foram canceladas na manhã desta quarta-feira (15). Globo e partidos não chegaram a um acordo sobre a duração das entrevistas, e as três partes decidiram pelo cancelamento.
Nos bastidores da Globo, o cancelamento foi debitado na "conta" do apresentador William Bonner, que monopolizou quase um terço do tempo das entrevistas no primeiro turno. Além disso, os candidatos manifestaram à Globo preocupação de que alguma pergunta ficasse sem resposta, o que poderia ser prejudicial na última semana de campanha.

Segundo a Globo, tanto as coligações lideradas pelo PT de Dilma Rousseff quanto do PSDB de Aécio Neves reivindicaram um tempo "líquido" de 15 minutos para as entrevistas. Ou seja, os candidatos queriam 15 minutos para falar, sem considerar as intervenções de Patrícia Poeta e, principalmente, de Bonner. No primeiro turno, as entrevistas tiveram duração total de 15 minutos.
Como o Jornal Nacional, por causa do horário eleitoral, está durando apenas 21 minutos, excluídos os intervalos comerciais, a Globo avaliou que havia um alto risco de o telejornal não ter nenhuma outra notícia além das entrevistas. Ou o que seria pior: os 21 minutos poderiam ser insuficientes para os 15 minutos de respostas dos candidatos mais o tempo das introduções, perguntas e intervenções dos apresentadores.
Esse argumento, no entanto, é combatido nos corredores da própria emissora. Avalia-se que, se a Globo quisesse mesmo, ela negociaria um meio-termo com os candidados (por exemplo: 12 minutos de tempo "líquido") e começaria o JN mais cedo.
A Globo emitiu a seguinte nota oficial:
"A Globo comunica que, embora os candidatos tenham concordado em ser entrevistados pelo Jornal Nacional nos dias 20 e 21 de outubro, foram feitos pedidos quanto ao tempo e formato das entrevistas: postulava-se que a duração da entrevista excluísse o tempo das perguntas. Não foi possível se chegar a um acordo porque o tempo de produção do telejornal (excluídos os anúncios comercias), com o horário eleitoral obrigatório, é, em média, de 21 minutos. Sendo assim, as entrevistas não se realizarão."

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