Apoio do PT foi decisivo nas três disputas a governo no nordeste

Jornal GGN - A região nordeste teve três dos seus nove estados com votação a segundo turno para definir os governadores. 
No Ceará, o novo governador é o petista Camilo Santana, com 53,35% dos votos, vencendo o peemedebista Eunício Oliveira, que obteve 46,65%. A vitória não foi uma surpresa, já que Camilo apresentava como liderança nas últimas pesquisas eleitorais. 
 
Entretanto, a disputa estava acirrada em um primeiro momento. Eunício Oliveira tinha a maioria das pesquisas durante a campanha no primeiro turno. Anunciado nos últimos dias de oficialização, Camilo Santana foi o escolhido pelo então governador Cid Gomes (Pros) para o apoio do partido. Com a escolha dos irmãos Ferreira Gomes a sucessão, o petista passou a sair na frente numericamente nas pesquisas eleitorais. 
 
A campanha de segundo turno foi marcada por grande rivalidade e acusações de favorecimento por setores representativos. Enquanto Eunício
denunciava o "uso da máquina pública" pelo adversário, Cid Gomes, cabo eleitoral de Camilo, acusava a perseguição que a coligação sofreu por policiais militares no dia das eleições. A denúncia chegou ao TRE do Ceará, que ocasionou no envio de uma tropa de 2500 homens do Exército, que foram distribuídos por zonas eleitorais, entre a capital Fortaleza e 10 cidades.
 
O secretário da Saúde, Ciro Gomes, ficou satistfeito com o resultado das urnas, mas estranhou o desempenho de Camilo na capital do Ceará. "Vou gastar toda energia da minha vida para não decepcionar os cearenses", comemorou o petista.
 
Já no Rio Grande do Norte, os papeis de apoio foram invertidos e o governador eleito Robinson Faria (PSD) contou com a aliança do PT, principamente da senadora eleita Fátima Bezerra. A disputa foi acirrada contra o então presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB). O resultado das urnas foi de 54,42% para Robinson Faria e 45,58% para Henrique Alves.
 
"Reconheço a importância do PT na minha eleição. Foi uma campanha desigual. O outro candidato teve recursos, alianças, mas não teve o povo no palanque. Fizemos uma campanha pautada na cidadania, no espírito público, que mostrou a inteligência do povo potiguar", disse o candidato eleito. Enquanto contava com o apoio de 8 partidos, Alves obteve a articulação de 18 na sua campanha. 
 
Apesar de ser sua primeira candidatura ao governo e de contar com poucas alianças, Robinson Faria foi vice de Rosalba Ciarlini (DEM), governadora atual do estado, em 2010. Rompeu com a governadora, depois de também passar pela Secretaria de Recursos Hídricos do estado.
 
"Faremos um governo técnico. Estou totalmente livre para premiar a competência. O fator decisivo para integrar a minha equipe não será bandeira partidária. Será a competência. No meu governo não terá essa história de um tempo para arrumar a casa. Vou trabalhar desde o primeiro dia para fazer um governo inovador, ousado, moderno e restabelecer o diálogo com a sociedade", defendeu Robinson Faria (PSD).
 
O outro estado nordestino que levou a disputa para este domingo foi Paraíba, que reelegeu Ricardo Coutinho (PSB), com 52,61% dos votos, contra 47,39% de Cassio Cunha Lima (PSDB). Mais uma vez, o PT foi determinante para a vitória.
 
Coutinho já foi vereador pelo PT durante dois mandatos, em 1992 e 1996, e deputado estadual também por duas vezes, em 1998 e 2002. No ano de 2002, Coutinho deixou o PT e filiou-se ao PSB, vencendo com o novo partido as eleições para prefeito de João Pessoa, onde também foi reeleito em 2008. 
 
Apesar da trajetória política predominante no estado, o primeiro turno apresentava o tucano Cunha Lima pouco mais de um ponto percentual a frente: 47,44% contra 46,05%. Para virar os resultados, foi preciso o apoio da presidente Dilma Rousseff nessa campanha de segundo turno. "Obrigado, Paraíba. Vou fazer o melhor mandato da minha vida", agradeceu por Facebook.
 

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