Obama defende "uma aliança entre iguais” com o continente africano

Na cimeira que decorrer em Washington, o Presidente dos EUA anunciou um pacote de investimentos no valor de mais de 14 mil milhões de dólares em África.
Obama quer alterar o actual modelo de relacionamento com África,assente na cooperação e ajuda ao desenvolvimento MANDEL NGAN/AFP

Num editorial publicado pela imprensa norte-americana para coincidir com a primeira cimeira EUA-África, que está a decorrer em Washington, o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, considerou que o seu país tem uma “obrigação moral” de apoiar o progresso e desenvolvimento dos países africanos, onde “milhões de pessoas ainda têm de viver com a miséria diária da pobreza extrema e conflitos violentos, e com a injustiça da fome e da doença”.
Mas tem, também, que “pensar de maneira diferente sobre o continente, pôr de lado estereótipos antigos, e responder ao desejo dos africanos de uma aliança entre iguais”.

Por outras palavras, Obama defendeu que chegou o momento de alterar o relacionamento económico entre os EUA e o continente africano, do actual modelo assente na cooperação e ajuda ao desenvolvimento, para uma nova fase baseada em trocas comerciais mutualmente benéficas. E nesse sentido, no arranque do fórum económico que marcou o segundo dia de trabalhos, o Presidente fez saber que uma série de companhias americanas acabam de assinar um compromisso para a execução de projectos no valor de mais de 14 mil milhões de dólares em África.
Tratam-se de investimentos nos sectores da energia, construção, agricultura, distribuição, banca e serviços financeiros e tecnologia de informação, enumerou uma nota divulgada pela Casa Branca. Entre as cerca de 100 empresas interessadas estão, por exemplo, a General Electrics, IBM, Wal-Mart, Citigroup e Ford Motor Company. “Os projectos fortalecem a presença económica dos EUA em África, e contribuem para o crescimento económico que promove empregos e prosperidade, tanto num lado como no outro”, refere o comunicado.
Obama é o anfitrião dos mais de 50 chefes de Estado, delegados governamentais e representantes do sector empresarial e da sociedade civil de quase todos os países de África, que viajaram para os EUA para discutir o futuro do continente — tanto do ponto de vista dos mercados e desenvolvimento, como das instituições e democracia.
Numa das sessões de trabalho com vários dirigentes empresariais norte-americanos, o antigo Presidente Bill Clinton considerou que os Estados Unidos continuam sem aproveitar a maré do potencial económico africano, e instou os empreendedores a estudar a lição e investir no continente. “Temos de nos chegar à frente, e apanhar a China e a União Europeia, que foram mais espertas do que nós”, concordou o ex-mayor de Nova Iorque e magnata dos media, Michael Bloomberg.

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