O Brasil não tem campanha eleitoral, tem pesquisas e mídia

Autor: Fernando Brito
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Dentro de menos de duas semanas, começa o horário eleitoral gratuito.
Muita gente não entende porque a esquerda, por conta dele, precisa engolir sapos, cobras e lagartos.
O horário gratuito –  que aliás é pago, absurdamente, pelo Estado às emissoras, beneficiárias de uma concessão pública – é o único fator de equilíbrio nas disputas eleitorais que temos por aqui.
Não seria, se tivéssemos uma mídia minimamente equilibrada e que exercesse o seu “direito de opção”  apenas em seus editoriais.

Mostramos aqui este desequilíbrio com o Manchetômetro da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
E o massacre só se agrava.
Em julho, foram 45 matérias de capa negativas contra Dilma, contra 13 de Aécio e duas de Eduardo Campos.
Nos cinco primeiros dias de agosto, foram 13 chamadas desfavoráveis a Dilma Rousseff e apenas uma para Aécio e Eduardo Campos.
Aos tiros ininterruptos dos jornais e noticiários de TV, soma-se o “canhão” das pesquisas.
Que, como todos sabem, são encomendadas e dirigidas pelos mesmos grupos de mídia que escancaram seu partidarismo todo dia nas bancas de jornal e telas de TV.
E que não procuram outra coisa senão, ajeitando aqui e ali, levar a disputa eleitoral ao 2° turno para, então, desfechar uma guerra total, sem reservas de qualquer espécie.
O único obstáculo para isso é o horário eleitoral.
Único, não, corrijo-me (e no próximo post explico).
Há a internet.
E a consciência crítica do nosso povão, aquela turma que um dos gravatinhas aecistas chamou de “pessoal que vota com o estômago”.
Mas é na TV que se poderá fazer o contraponto da interferência monstruosa da mídia e de suas pesquisas no processo de formação de consciência  do povo brasileiro.
E por isso se engolem  sapos, cobras, lagartos e até o brejo inteiro.

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