Memórias: Trostky morreu há 74 anos
No dia 21 de agosto de 1940, faleceu Trotsky, em Coyoacán (México), depois de ter sido atacado brutalmente por Ramón Mercader, um agente de Estaline. Trotsky deixou uma vasta obra literária e a imagem de um incansável revolucionário.
Por António José André
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Trostky no exílio |
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Durante este fim de semana, na Casa/Museu, com o seu nome, em Coyoacán (México), mostram ao público uma parte da biblioteca pessoal de Trotsky e uma exposição “Páginas de memória”, que reúne as suas coleções bibliográficas*.
Trostky nasceu na Ucrânia, em 1879, com o nome de Lev Davidovitch Bronstein. Aos 16 anos iniciou a participação política contra o czarismo. Depois deixou a Universidade de Odessa para ajudar a organizar a União dos Trabalhadores do Sul da Rússia.
Em 1898, foi preso pelas suas atividades revolucionárias. Em 1900, foi exilado na Sibéria. Em 1902, fugiu para o Reino Unido. Em Londres, conheceu e colaborou com o líder bolchevique Vladimir Ilyich Lenin.
Com a eclosão da Revolução de 1905, Trotsky voltou à Rússia. Foi preso por ter liderado o soviete de São Petersburgo e novamente exilado na Sibéria. Em 1907, fugiu de novo. Durante 10 anos, foi escritor e editor revolucionário.
Durante a Iª Guerra Mundial, foi expulso de França e Espanha, seguindo para Nova Iorque. Regressou à Rússia, em 1917, desempenhando um papel de liderança na tomada do poder pelos bolcheviques, em outubro (novembro no calendário ocidental).
Após o triunfo da Revolução de Outubro, foi indicado por Lenine para Secretário de Relações Exteriores, tendo negociado com os alemães o fim do envolvimento da Rússia na Iª Guerra Mundial.
Em 1918, foi nomeado Comissário de Guerra, organizando o Exército Vermelho, que conquistou uma decisiva vitória contra o Exército Branco, a oposição anti-comunista e a intervenção de tropas estrangeiras durante a Guerra Civil russa.
Aprofundou-se a cisão entre Estaline e Trotsky provocada pela burocratização e por divergências políticas sobre a autodeterminação da Geórgia. Em 1924, após a morte de Lenine, começou o processo de calúnia e difamação de Trotsky, promovido por Estaline.
Em 1925, Trotsky foi destituído do posto de Comissário de Guerra. Um ano mais tarde foi expulso do Politburo. Em 1927, foi excluído do Partido Comunista. Em janeiro de 1928, foi deportado para Alma-Ata (na Ásia Central).
Em 1929, foi expulso da União Soviética, por ordem de Estaline. Trostky foi recebido pelo governo da Turquia, estabelecendo-se na ilha de Prinkipo, onde trabalhou na conclusão da sua autobiografia e da história da revolução russa.
Após quatro anos na Turquia, foi para França, onde esteve dois anos. Em 1935, Trostky foi para a Noruega. Chegou ao México, em janeiro de 1937, onde continuou a sua obra, tendo convivido com Diego Rivera, Frida Kahlo e André Breton.
Artigo de António José André
Notas:
“A Revolução Permanente” foi uma das obras que marcou de algum modo o autor destas linhas. Mas eis outros textos interessantes:“A Revolução Desfigurada”1, “Otimismo e Pessimismo”2 e “O Futurismo”3.
* Leia mais em: http://www.jornada.unam.mx/2014/08/22/cultura/a06n1cul
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