Cuidado…Pitaco em aviação é desastre na certa…

Autor: Fernando Brito
lider
Qualquer um se lembra da enxurrada de asneiras que acompanha as suposições sobre acidentes aéreos.
Agora, algumas figuras estão colocando dúvidas sobre a lisura do comportamento de inúmeros oficiais da FAB que trabalham na identificação das causas do acidente com o avião de Eduardo Campos.
Calma lá.
Desta investigação vão participar técnicos do serviço de acidentes aéreos do EUA e do fabricante do aparelho, exatamente porque é uma aeronave homologada nos Estados Unidos.
Isso não é uma brincadeira espalhafatosa.
É um acidente com mortes.

Investigação aeronáutica é uma coisa séria, na qual nem polícia deve meter o bedelho, por falta de conhecimento técnico.
Estas histórias de drones,  mísseis, piloto cansado e outras ficam bem para facebook de malucos.
Não para jornalistas nem para dirigentes políticos. Todo mundo se lembra que o transponder do jato Legacy que colidiu com o vôo da Gol estava desligado e, com isso, desligado também estava o sistema anticolisão do aparelho.
Um defeito no gravador de voz da “caixa-preta” é admitido pelas regras de vôo, desde que seja reparado em três dias.
Lá em cima eu reproduzo o manual de operações, de 2008,  de uma empresa extremamente conceituada em vôos de jatos executivos – a Líder Táxi Aéreo- que prevê esta hipótese, de acordo com os regulamentos aeronáuticos brasileiros, desde que o reparo seja feito em três dias.
Se a norma é prudente ou não, é outra história, mas nem mesmo se o defeito fosse percebido – só uma consulta detalhada ao projeto do avião vai revelar se ele é detectado automaticamente ou não –  e não reparado de imediato, estaria dentro das normas, desde que não superasse o prazo de três dias.
É preciso seriedade, senão os jornais ficam na mesma situação do palhaço mórbido que fez cena na televisão dizendo que abriu os olhos do morto.
O Brasil é um país sério, com instituições sérias mas, infelizmente, com uma imprensa nem tanto.

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