Chamando o cardeal de mentiroso, Merval?

Autor: Fernando Brito
soberba
Ontem, quando Merval Pereira partiu para um exploração torpe para colocar os católicos contra o Governo Federal, alegando que o Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro teria recebido ameaças do Ministério da Cultura de que se retiraria a estátua do Cristo Redentor da Mitra carioca, este blog  disse que a prova de que isso não tinha acontecidoera o fato de que D. Orani Tempesta não ter reagido, o que jamais deixaria de acontecer, pelo seu caráter pessoal e por sua condição de chefe da Igreja que não se acovardaria diante disto.

E a prova está no fato de que o próprio Cardeal, por telefone e com toda a gentileza, procurou Merval e desmentiu a notícia. Assim também o fez a Ministra da Cultura, Marta Suplicy, que, aliás, não tem poder sobre o Parque Nacional da Tijuca, onde fica o monumento, afeto ao Ministério do Meio Ambiente.
O próprio colunista descreve as ligações hoje em sua coluna.
Mas, apesar das negativas, Merval insiste em que houve a ameaça.
Que ele não queira acreditar na Ministra, por opções ideológicas, não se esperava outra coisa.
Mas Merval faz pouco caso das palavras do próprio Cardeal Tempesta.
-A única explicação que tenho, já que mentir é pecado, é que houve um tremendo mal-entendido nos momentos mais tensos da negociação para a liberação do filme.
Ora, Merval, D. Orani tem idade e capacidade para entender bem algo com esta gravidade.
Assim como todos temos capacidade de ver a insinuação contida no “mentir é pecado”.
Porque Merval não admite que suas fontes – e é que existem, pois não as nomina – possam, elas, estar mentindo.
Merval não é primário neste tipo de coisa. Quem quiser sabe-lo, leia a coluna do ombudsman da Folha em 1989, Caio Túlio Costa, onde ele “explica” porque  O Globo deu manchete  para uma foto de Brizola “com um traficante” que não era traficante, mas o presidente de uma Associação de Moradores.
Mas é tanta a arrogância que Merval passa parágrafos e parágrafos para escapar do que seria seu dever, não apenas de jornalista, mas de ser humano: dizer, simplesmente, que D. Orani Tempesta desmente terem havido ameaças como a que noticiou.
É que, talvez, o Merval que vestiu a capa de “cruzado” para defender a Igreja de uma ameaça que não existiu, não tenha tido oportunidade de ler o versículo bíblico de Provérbios, 14:3, que ensina que “Na boca do tolo está a punição da soberba, mas os sábios se conservam pelos próprios lábios”.
Peça a D. Orani para explicar-lhe o que é o pecado da soberba, aquele que S. Tomás de Aquino colocava em primeiro lugar na lista dos vícios, pois é aquele ao qual pode ordenar-se tudo o que desejamos desordenadamente.
Inclusive o partidarismo político.

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