Brasil 2015: o desafio das pequenas empresas

Um dos grandes passos na curta gestão de Fernando Collor foi o de ter transformado o Sebrae em um organismo para levar gestão para pequenas e micro empresas.
Já conseguiu avançar bastante no apoio às PMEs. Mas, na próxima década, terá que avançar ainda mais para preparar as empresas para agregar valor, entrar em cadeias de fornecedores mais sofisticadas.
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Presidente do Sebrae nacional, Luiz Barreto considera os últimos anos como a fase de ouro do empreendedorismo. Foram criadas 9 milhões de microempresas contra 2 milhões do último ano do governo FHC. De 2001 a 2011, a participação no PIB saltou de R$ 144 bilhões para R$ 600 bilhões.

O mercado interno foi o primeiro fator determinante, já que quase 100% do setor é voltado para o consumo interno.
O segundo fator decisivo foi a educação: 61% dos novos microempreendedores têm no mínimo segundo grau e 14% têm nível universitário.
O terceiro fator foi o sistema tributário, a revolução que ocorreu a partir de 2007 com o Supersimples.
O regime simplificado permite em um único guichê todos os impostos federais, estaduais e municipais, com uma carga tributária média de menos 40% podendo chegar a 70%, dependendo da faixa de receita.
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O desafio maior será levar inovação às PMEs. Cada vez mais dependerão da qualidade, da produtividade e da inovação.
Dois programas parecem ser mais promissores.

1. ENCADEAMENTO PRODUTIVO

É um dos bons exemplos da importância das políticas Inter setoriais, montadas com a participação ativa de todos os players.
Tempos atrás organizou-se o MEI (Movimento Empresarial pela Inovação) juntando Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, entidades empresariais, grandes empresas inovadoras e o Sebrae. Esse movimento teve um grande momento na Conferência Nacional de Inovação.
Do contato nasceu a ideia de juntar os 60 maiores players do mercado, líderes de suas cadeias produtivas, para treinar os fornecedores e capacitar as PMEs. Entraram no programa a Odebrechet, Gerdau, Vale, Petrobras, BRF entre outras.
20 mil PMEs se inscreveram no programa. As que completaram o treinamento ganharam certificação que lhes permite entrar em uma rede mais qualificada de fornecedores.
O objetivo final era enquadrar os participantes na normatização internacional e em novos processos produtivos.
2. Agentes locais de inovação
Outro papel do Sebrae tem sido o de fazer o meio campo entre PMEs e as empresas do complexo de inovação – desde certificadoras como o Inmetro, ABNT (Associuação Brasileira de Normas Técnicas) e IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas).
O Sebrae subsidia 80% do custo.
Para avançar na inovação, há a necessidade de consultorias personalizadas. Para isso, entra em cena o CNPq (Conselho Nacional de Pesquisas) com bolsas de extensionismo, não tão abrangentes como o mestrado convencional.
O Sebrae banca o CNPq, que repassa o recurso e distribuir o conjunto de bolsas para recém-formados. Eles trabalham com supervisão de um sênior cuidando de um conjunto de cerca de 50 empresas cada um por dois anos.
Até agora foram preparados 1.500 agentes locais de inovação, que acabam se convertendo nos maiores vendedores e distribuidores dos produtos Sebrae.

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