Restaurantes da Vila Madalena sem água: “Na Copa, teria sido o caos”

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Aviso diante do restaurante Les Delices de Maya. Um dos donos disse que a Sabesp informou tratar-se de situação de emergência, mas que nos últimos dias, segundo ele, a água vem sendo racionada e hoje foi cortada de vez

Fotos Michele Oliveira, que também colaborou na apuração

por Conceição Lemes

Durante a Copa do Mundo, o Brasil inteiro ficou conhecendo a Vila Madalena, reduto boêmio da cidade de São Paulo.
Paulistas e turistas de vários cantos do País e do mundo lotaram seus bares e restaurantes  para torcer, comemorar, chorar as mágoas…
Porém, mal terminou a Copa para que esse bairro nobre da Zona Oeste da capital passasse a sofrer de um problema que há meses castiga a periferia da capital e a Região Metropolitana: a crise da água.
Desde o final da tarde dessa terça-feira 29, bares e restaurantes da Vila estão com a torneira seca.

“Foi de surpresa, nem deu para a gente se programar”, diz Wilson Araújo, gerente da Alternativa Casa do Natural. “Nós temos uma clientela fixa e hoje não servimos almoço; o pessoal bateu  com a cara na porta. Não teremos jantar também.”
A Alternativa fica na Fradique Coutinho. Por dia, serve 200 almoços e 60 jantares. Apenas a lanchonete e o bazar estão funcionando. “Estamos no prejuízo, perdemos o faturamento de hoje”, lamenta Wilson.
carro pipa

Carro-pipa estacionado diante do São Cristóvão
O funcionamento do Bar São Cristóvão, eleito como o melhor boteco da cidade, também está afetado.
“Logo de manhã, alugamos um caminhão pipa. Custa R$ 450!, conta a gerente Patrícia de Abreu. “É só para encher as nossas caixas d’água e atender banheiros, principalmente.”
“Hoje é dia de feijoada,  suja mais louça. Como não temos água,  tivemos de alugar mais utensílios”, prossegue. “Reduzimos ainda alguns pratos.”
Patrícia tentou se informar na Sabesp sobre a falta d’água. Depois de muito esperar, o que conseguiu foi ouvir uma gravação, dizendo que problema se deve à “manutenção de emergência” e que a água retornará no final desta noite.
“Se isso tivesse acontecido durante a Copa, seria o caos, teríamos de fechar as portas”, assegura Patrícia.

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