Porque a mídia festeja os 7 da Alemanha mas “pega leve” com os 6,5 da inflação?

Autor: Fernando Brito
infla
Repararam como a mídia está estranhamente “moderada” com o estouro, por 0,2%, da meta de inflação no acumulado de 12 meses?
Embora a meta seja o ano fechado  - e não cada parcial de 12 meses – isso já foi motivo para os diagnósticos mais catastróficos sobre a economia brasileira.
E  certamente seria “muito útil” para a oposição em letra de forma que temos em nosso país.
Há duas razões essenciais.

A primeira, como sempre, é dinheiro.
Nem mesmo eles acreditam que possam conseguir uma nova elevação na taxa de juros.
Mas há outra, política.
É que eles sabem que a inflação brasileira – até por conta do processo de “esfriamento” da economia  que a imprensa comemora – entrou numa trajetória de queda que só não apareceu nos índices oficiais porque o “fator Copa”, com diárias de hotel e passagens aéreas mais caras, teve peso num índice que abrange pessoas com renda de até 40 salários-mínimos, o IPCA.
Que ficou, por isso, em 0,4% em junho, enquanto o INPC – que abrange os que ganham até cinco salários, ou 96% dos brasileiros – ficou em 0,26%.
O Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Getúlio Vargas, que é apenas um pouco menos elástico que o IPCA – ele mede os gastos de famílias com nível de renda situado entre 1 e 33 salários mínimos mensais – registrou 0,33% no mês de junho fechado e  0,16% medido de 10 de junho até hoje.
A imprensa econômica sabe, mas não diz, que em julho teremos uma taxa próxima de zero e dificilmente algo muito longe disso em agosto.
“Badalar” uma explosão inflacionária, agora, seria uma imprudência para eles.

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