Petrobras defende contrato para exploração de excedente no pré-sal

Em conversa com jornalistas e blogueiros, no Rio de Janeiro, a presidente da Petrobras, Graça Foster, rechaçou críticas veiculadas na grande mídia.

Maurício Thuswohl
Divulgação

Rio de Janeiro – A presidente da Petrobras, Graça Foster, defendeu o contrato firmado entre a empresa e governo federal para a produção direta do petróleo excedente nas áreas do pré-sal incluídas na cessão onerosa feita pela União em 2010. Em conversa com jornalistas e blogueiros realizada na terça-feira (1) na sede da empresa no Rio de Janeiro, Graça rechaçou as críticas surgidas na grande mídia e disse que “o contrato é indiscutível do ponto de vista econômico e dará resultado para a União e para a Petrobras”. Firmado sob o regime de partilha, o acordo com o governo prevê a exploração de quatro blocos na Bacia de Santos (Búzios, Florim, Nordeste de Tupi e Entorno de Iara) e pode render, segundo estimativas da empresa, 14 bilhões de barris de petróleo.


Graça qualificou como “perfeitamente normais” os termos do contrato que prevêem o pagamento de R$ 15 bilhões à União até 2018 e o início da produção em 2021: “Você tem ali potencialmente dois campos de Libra. Tem muita empresa que pagaria mesmo que talvez não soubesse [da quantidade de óleo a ser explorada]. A Petrobras está pagando - bônus, antecipação do óleo e a parte do governo com parcelas pagas entre 2015 e 2018 até chegar aos R$ 15 bilhões – mas nós sabemos o que tem ali”. A executiva ressaltou a segurança do negócio: “Esse excedente é importante porque é 100% Petrobras e porque é uma antecipação de receita de uma descoberta em relação a qual a gente tem muita segurança”.

A expertise da Petrobras, disse Graça Foster, permitirá que a empresa recupere rapidamente o dinheiro investido: “O primeiro óleo dessa área viria em 2026. Quando a Petrobras traz essa produção para 2021, no mais tardar, está antecipado uma receita que viria muito lá na frente. Isso traduz para a Petrobras um poder maior de continuar tomando riscos para continuar crescendo em outros ciclos. Uma empresa de petróleo hoje é brent, câmbio e tal, mas você tem que ter descobertas, né? Com esse excedente da cessão onerosa, a gente está trazendo 2026 para 2021 em termos de volume e receita, e isso traduz um poder econômico e financeiro muito maior para nossa companhia”.

O contrato, disse Graça, faz parte do Planejamento Estratégico da Petrobras até 2030, aprovado em 25 de fevereiro pela diretoria da estatal: “No Planejamento Estratégico está escrito com todas as letras que a Petrobras vai adquirir reservas no Brasil e no exterior. Na última reunião de diretoria, autorizamos US$ 23 milhões de licença de sísmica no Golfo do México. Temos um planejamento visando 2030 e é preciso projetar sua financiabilidade. Não basta saber explorar e poder produzir, tem que ter a projeção do negócio”. Essa busca por outras áreas de exploração fora do Brasil, no entanto, se dará, segundo Graça, “em um nível muito menor porque as oportunidades estão aqui, há 300 quilômetros da costa brasileira”.

Entendimento

A presidente da Petrobras disse que o acordo com o governo já era previsto: “Somos a operadora única do pré-sal, isso favoreceu a que buscássemos um ponto de entendimento, nós e a União, por intermédio do Ministério das Minas e Energia, que é nosso principal contato. Chegamos a uma solução boa, pois ganha a sociedade, ganha a Petrobras, ganha seu controlador e ganham os minoritários”.

Graça negou que o acordo tenha viés eleitoral: “Não houve timming político. O contrato foi assinado em setembro de 2010 e a confirmação da primeira descoberta veio seis ou sete meses depois. Temos 100% de chance de sucesso. São 17 poços, doze já testados, com excepcional potencial, produtividade alta, semelhante a tudo o que a gente encontra na Bacia de Santos. Esse contrato é indiscutível do ponto de vista econômico e dará resultado para a União e para a Petrobras. É uma vantagem competitiva muito grande que a Petrobras tem”, concluiu.


Além da Carta Maior, participaram da conversa com a presidente da Petrobras os jornalistas e/ou blogueiros Luís Nassif (Luís Nassif On-Line), Altamiro Borges (Blog do Miro), Alisson Matos (Conversa Afiada), Eduardo Guimarães (Blog da Cidadania), Fernando Brito (Tijolaço), Marco Damiani (Brasil247) e Miguel do Rosário (O Cafezinho).
 
Graça Foster estava acompanhada pelo diretor de Exploração e Produção da Petrobras, José Formigli.






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