CUIDADO COM A FRACASSOMANIA
Quando faltam dez semanas para eleição, não faltam vozes interessadas em esconder o que é bom e piorar o que está ruim -- até na Seleção
O debate sobre os destinos do futebol brasileiro pode até ser necessário mas não vale exagerar na fracassomania.
Se a derrota por 7 a 1 para a Alemanha é uma lembrança trágica, merecida, o quarto lugar depois dos 3 a 0 contra a Holanda não pode ser visto como uma traduçao daquilo que se viu em campo.
Se a FIFA tivesse indicado um juiz mais preparado para o jogo, com uma disposição real de seguir cada passo da partida, o resultado teria sido mais apertado. Mais: se futebol fosse uma partida resolvida na ponta do lápis – nós sabemos que não é -- quem sabe o Brasil poderia teria saído vencedor.
Parece absurdo, conversa de fanático mas vamos ver: no primeiro gol, uma falta fora da área foi transformada em penalti. No lance do segundo, houve um impedimento que deveria ter parado a jogada.
Por duas vezes, o ataque brasileiro sofreu penaltis. Nenhum foi marcado.
Admito que os juizes da Copa erraram contra outras seleções e até contra o Brasil, em outras partidas.
Mas essa sequência de lances capazes de prejudicar uma equipe que chegou a disputar o terceiro lugar mostra que é preciso saber do que estamos falando.
Estamos em plena guerra psicológica. O 3 a 0 foi um resultado triste e lamentável. Mas ignorar falhas tão gritantes que poderiam ter levado a outro resultado é prestar um desserviço aos jogadores, a torcida e ao país.
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