Lições de uma Copa que deu muito certo


Em vídeo, relator da Lei Geral da Copa fala da campanha de pessimismo dos últimos meses e confessa que está preocupado com o futebol da Seleção

Atendendo a um pedido do então ministro dos Esportes Orlando Silva, o deputado Vicente Cândido (PT-SP) assumiu a tarefa de transformar os onze pontos de um acordo entre o governo Lula e a FIFA na Lei Geral da Copa. Aprovada em 2012, com apenas três votos contrários na Câmara – de três parlamentares do PSOL – e um desempenho ainda mais favorável no Senado, a Lei Geral transformou-se num demônio nacional depois dos protestos de junho de 2013.


A oposição não só deu as costas ao Mundial, mas chegou a entrar com uma representação junto ao Supremo Tribunal, numa batalha política que poderia criar dificuldades ainda maiores. “Era tudo bobagem,” afirma Vicente Cândido, lembrando que passou os últimos anos em debates pelo país inteiro, confrontando plateias desconfiadas de um evento que no início recebera apoio geral e irrestrito. “Nossa Lei Geral fazia menos concessões do que foram feitas na Alemanha e na África do Sul.” Fazendo uma observação que poderia ser empregadas a tantas críticas veiculadas sobre a Copa, o deputado afirma: “Era só ler o texto com cuidado para perceber que nada propunha que pudesse prejudicar o país. Depois de quinze minutos de esclarecimento, ninguém mais ficava contra a Copa."

Nos últimos dias, quando a Copa do Mundo voltou a ser aquilo que sempre deveria ter sido – um campeonato de futebol –, o corintiano Vicente Cândido estava mais preocupado com a Seleção de Luiz Felipe Scolari do que com os aspectos políticos do mundial. “Se o time não mudar muito, a CBF vai ter de contratar um time de rezadeiras para ajudar”, brinca.
Paulo Moreira Leite
Diretor da Sucursal da ISTOÉ em Brasília, é autor de "A Outra História do Mensalão". Foi correspondente em Paris e Washington e ocupou postos de direção na VEJA e na Época. Também escreveu "A Mulher que Era o General da Casa".

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