Haddad ao El País: “Sou mais cobrado por um ano e meio do que o governo do estado por vinte”



“Sou mais cobrado por um ano e meio do que o Governo do Estado por vinte”, provocou o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) em entrevista ao jornal El País(link is external) no último dia 22. Haddad se refere à pesquisa feita peloDatafolha(link is external), que mostra que a avaliação negativa de seu governo foi de 36% para 47%. 
Segundo análise do El País, parte dessa rejeição se deve à pouca "aceitação (do PT) no principal estado do país, visto como bastião da elite conservadora, refratária à imagem do sindicalismo de Lula", além disso, o jornal cita uma suposta crítica do próprio partido à maneira como o prefeito se comunica com a população. “Temos uma questão a resolver, que é como fazer o cidadão perceber [que a cidade está mudando]”, admite o prefeito.

Um dos pontos da mudança destacado pelo El País é o Plano Diretor Estratégico (PDE)(link is external)  (aprovado no início de julho) que, para alguns especialistas(link is external), "é um alinhamento de várias frentes e que tenta reorganizar a cidade de modo eficiente, com menos deslocamentos", o que colocaria a capital finalmente no século XXI. 
O prefeito observou que a dinâmica da cidade vai se alterar completamente e que está sendo feito "um planejamento que não é de 16 anos. Esse plano vai se constituir na nova dinâmica da cidade". Sobre mudanças que já podem ser percebidas, deu um exemplo: "não tinha coleta de lixo aos domingos no centro porque se dizia que o centro fecha no final de semana e não produz lixo. Decidi testar. Foram cem toneladas recolhidas. O centro agora é outro na segunda de manhã. Isso atrai investimento."
A entrevista trata ainda das fontes de receita que são usadas para viabilizar a gestão: "Corte de despesa de contrato terceirizado. Em todas as áreas, já fizemos mais de 800 milhões de reais de economia", explicou Haddad.
Ele foi questionado também sobre uma possível candidatura à reeleição em 2016 e se concorda que teria pouca chance de ser reeleito: "Não está dada qual vai ser a percepção da cidade em 2016. Óbvio que optamos por correr riscos e fazer as mudanças. Eu vou continuar fazendo as mudanças que São Paulo precisa. A cidade precisa de um horizonte de longo prazo, que ela não tem".
Questionado sobre a influência de sua rejeição nas eleições deste ano, especialmente para o candidato ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, o prefeito observou que vê no período eleitoral justamente uma oportunidade de "convocar na TV, nas rádios, a discussão de políticas públicas."

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