Dias gloriosos para oposição. Será?

 Autor: Miguel do Rosário
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A oposição vive momentos gloriosos. Grandes esperanças passaram a cintilar em seu horizonte. Os institutos de pesquisa sinalizam empate num segundo turno. E a tendência, dizem seus analistas preferidos, é de declínio constante das intenções de voto na atual presidenta.
Em São Paulo, Dilma enfrenta uma conjuntura especialmente negativa. Quase metade dos paulistas não votariam na petista “de jeito nenhum”.
Por outro lado, ela está bastante forte no Rio de Janeiro, apesar da “orgia” partidária na qual ninguém mais sabe direito quem é aliado de quem.

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Entretanto, o entusiasmo dos analistas de oposição talvez seja exagerado. Afinal, Dilma se mantém estável, e seus adversários continuam perdendo pontos.
Dilma perde apenas para si mesma, não para seus adversários.
No recorte por região do Datafolha, por exemplo, Dilma cai de 55% para 49% no Nordeste, mas seus oponentes mantém o mesmo percentual: Aécio fica parado em 10%, e Campos, em 12%.
Curiosamente, Dilma cresceu três pontos no Sul, passando de 33% para 36%; Aécio Neves perdeu 4 pontos na mesma região, passando de 22% para 18%.
Os números das pesquisas me parecem instáveis, exibindo comportamentos erráticos, contraditórios.  Alguma coisa ainda não se encaixou na consciência política-eleitoral do país.
A imprensa tucana, naturalmente, se aproveita de um quadro ainda obscuro para impor a narrativa que lhe apetece.
Os editoriais de hoje amanheceram grávidos de esperança eleitoral para a oposição.
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Na Folha, o editorial fala na “força da rejeição“. E em ambos, os mesmos números do Datafolha são revirados pelo avesso em busca de aspectos negativos para a presidente.  O Estadão, por sua vez,  diz que “a crise chegou ao emprego“, sem explicar direito que raio de crise é essa que gera o menor desemprego de nossa história.
A oposição viverá, nos próximos 30 dias, até o início da propaganda eleitoral, no dia 19 de agosto, seus momentos mais promissores.
Entretanto, por mais que pesquisas sejam importantes, elas não ganham eleições. Ao contrário, há momentos em que o crescimento de um candidato, se não for consistente, se for  um crescimento fundamentado antes num anti-voto do que numa escolha consciente sobre as propostas daquele candidato, então ele pode esvaziar-se de repente como um balão de gás.
Os jornalões tem destacado apenas o aumento da rejeição do governo e o declínio, dentro da margem de erro, das intenções de voto na presidente.
Mas eles não tem mostrado que Aécio também está caindo. E Campos não decola.

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