Cristina Kirchner agradece apoio do Brics e Unasul contra fundos abutres





Luciano Nascimento-=Agência Brasil

A presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, agradeceu hoje (16) o apoio dos países do Brics (grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) na briga entre seu país e os chamados fundos abutres.
A Argentina vem passando por uma situação delicada para fechar suas contas e pagar a dívida externa. Os fundos cobram na Justiça o pagamento de uma dívida que pode chegar a U$ 15 bilhões, segundo estimativa do governo argentino.
Em seu discurso durante a reunião do Brics com a Unasul, Cristina criticou a cobrança da dívida e disse que o país está sofrendo um “ataque especulativo” por parte dos fundos.

“Estes fundos abutres não foram investidores na Argentina, compraram bônus em 2008, quando já havia passado sete anos da declaração do default (impossibilidade total de pagar a dívida). Eles nunca emprestaram dinheiro à República Argentina, mas compraram por centavos uma dívida de US$ 48 milhões”, disse a presidenta. 
Os chamados fundos abutres ganharam na Justiça americana uma disputa para receber integralmente o valor da dívida de bônus da moratória decretada pela Argentina em 2001. Os papéis foram comprados, em 2008, a preços baixos de investidores que se recusaram a aceitar a proposta de reestruturação de dívida de 2005. De todos os credores, 92% aceitaram a renegociação, o restante recorreu à Justiça para receber o valor corrigido da dívida.
Cristina disse ainda que seu país está disposto a negociar, mas “dentro da justiça e equidade”. “A Argentina, por mais que a difamem e digam que não quer negociar,  [está disposta a um acordo], os únicos que não querem negociar são os fundos abutres que querem receber por U$ 48 milhões, U$ 16 bilhões em seis anos. Nós sempre estamos dispostos a negociar, dentro da lei, da justiça e da equidade.”
A presidente argentina também saudou a decisão do Brics de criar um banco para apoiar países emergentes e em desenvolvimento. Segundo Cristina, a iniciativa ajudará na construção de uma "nova ordem financeira global", um objetivo que qualificou de "justo e imprescindível".
Editor Luana Lourenço

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