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Choque de gestão' tucana em MG é desmentido por reportagem da Folha de S.Paulo

Candidatos à presidência, Aécio Neves e Eduardo Campos tem criticado diariamente 'os gastos da presidenta Dilma' sem notar que cometem novas incoerências

por Helena Sthephanowitz


Matéria publicada nessa segunda (7) no jornal Folha de S.Paulo, mostra que os gastos dos estados natais dos candidatos à Presidência da República Aécio Neves (PSDB-MG) e Eduardo Campos (PSB-PE) se equiparam aos gastos do governo federal – um dos alvos preferidos das críticas da dupla de oposicionistas à gestão de Dilma Rousseff.


De  acordo com a publicação, os resultados fiscais Minas Gerais e Pernambuco, ambos no vermelho em 2013, dificultam crítica à gestão Dilma. Entre 2010 e 2013, os gastos do governo federal  com pessoal, custeio e investimentos aumentaram 39%. Mas em Minas, no governo de Antonio Anastásia aliado e sucessor de Aécio, a alta das despesas públicas nos mesmos setores foi de 37,4%. Em Pernambuco, sob o comando de Campos no mesmo período, foi maior, chegando aos 42,6%.

Segundo o jornal, o levantamento se baseou em relatórios exigidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal e não levou em conta encargos da dívida pública e transferências obrigatórias aos municípios, por não se tratar de gastos decididos pelos governantes.

Os números de Minas e Pernambuco estão entre os mais elevados. Ambos estão entre os 13 Estados que fecharam 2013 no vermelho, com mais despesas que receitas. Recentemente,  o jornal O Globo, sem fazer alarde e sem manchete espetaculosa, pôs fim a um outro discurso do tucano sobre a quantidade de servidores do governo federal.

Nos oito anos de gestão de Aécio, o número de servidores cresceu 30,9% passando de 268,4 mil pessoas em novembro de 2003 para 351,5 mil em novembro de 2010. Apesar de Aécio ter anunciado, em seu governo, a extinção de 1,3 mil cargos ocupados por meio de indicação política em meio a um ajuste fiscal, nos anos seguintes os cargos foram restabelecidos e ainda foram criados outros 1,5 mil com o mesmo perfil.

No fim de 2010, ainda  durante a gestão de Aécio no governo mineiro, 13.069 cargos comissionados estavam ocupados, contra 10.199, em 2003. Ao fim de sua gestão, o número de servidores concursados era 12,1% inferior na comparação com o início, variando de 140.729 em 2003 para 123.640 em 2010

Os relatórios de gestão fiscal publicados pelo governo de Minas em 2011 confirmaram o aumento dos gastos com pessoal . Depois do ajuste fiscal dos dois primeiros anos, o percentual das despesas com pessoal do estado variou de 43,49%, em dezembro de 2005, para 48,61%, em 2010.

Em dezembro de 2013, Aécio e Anastásia comemoraram dez anos do chamado “choque de gestão”, mote do primeiro mandato à frente do governo mineiro de Aécio e propagandeado como modelo eficiente da administração pública. No entanto, as dívidas do Estado, sobretudo com a União, e o aumento no número de secretarias nos últimos anos contrariam o discurso.

O enxugamento da máquina pública era outra promessa do “choque de gestão”, mas não se confirmou no decorrer do tempo. No início, o número de secretarias que compunham governo estadual era de 21, mas a quantidade de pastas foi aumentando conforme o modelo foi fazendo aniversário. Hoje, são 29 as secretarias.

Aécio Neves e Eduardo Campos, precisam agora mudar o tom do discurso demagogo,  já que os dois não  dispõem de números muito diferentes do governo federal. Se o tucano quer passar uma imagem de austeridade, deveria começar no seu estado.

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